Moisés e a escrita alfabética
A História tem calado muitos críticos da Bíblia. A redação do Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia)
por Moisés é um bom exemplo. Pouco tempo atrás, afirmava-se que a
invenção do alfabeto tinha sido feita pelos séculos XII ou XI a.C. Isso
era apresentado como um argumento para #provar# que Moisés não podia ter
escrito o Pentateuco, visto que em seu tempo não haviam ainda inventado
a arte de escrever. No entanto, escavações arqueológicas um Ur, na
antiga Caldéia, têm comprovado que Abraão era cidadão de uma metrópole
altamente civilizada. Nas escolas de Ur, os meninos aprendiam leitura,
escrita, Aritmética e Geografia. Três alfabetos foram descobertos: junto
do Sinai, em Biblos e em Ras Shamra, que são bem anteriores ao tempo de
Moisés (1500 a.C.).
Estudiosos modernos sustentam que Moisés escolheu a escrita fonética
para escrever o Pentateuco. O arqueólogo William F. Albright datou essa
escrita como sendo do início do século XV a.C. (tempo de Moisés).
Interessante é notar que essa escrita foi encontrada no lugar onde
Moisés recebeu a incumbência de escrever seus livros (Êxodo 17:14). Veja
o que disse Merryl Unger sobre a escrita do Antigo Testamento: #A coisa
importante é que Deus tinha uma língua alfabética simples, pronta para
registrar a divina revelação, em vez do difícil e incômodo cuneiforme de
Babilônia e Assíria, ou o complexo hieróglifo do Egito.
Deus sempre sabe mesmo o que faz! Pense bem: se o alfabeto tivesse sido
realmente inventado pelos fenícios, cuja existência foi bem posterior à
de Moisés, e se as escritas anteriores # hieroglífica e cuneiforme #
foram apenas decifradas no século passado, como poderia Moisés ter
escrito aqueles livros?
Se o tivesse feito, só poderia fazê-lo em hieróglifos, língua na qual a
própria Bíblia diz que Moisés era perito (Atos 7:22) e, nesse caso, o
Antigo Testamento teria ficado desconhecido até o século passado, quando
o francês Champollion decifrou os hieróglifos egípcios. Acontece que, no
princípio do século XX, nos anos 1904 e 1905, escavações na península do
Sinai levaram à descoberta de uma escrita muito mais simples que a
hieroglífica, e era alfabética! Com essa descoberta, a origem do
alfabeto se transportava da época dos fenícios para a dos seus
antecessores, séculos antes, os cananitas, que viveram no tempo de
Moisés e antes dele.
Portanto, foram estes antepassados dos fenícios que simplificaram a
escrita. E passaram a usar o alfabeto em lugar dos hieróglifos, isto é,
sinais que representam sons ao invés de sinais que representam idéias.
Moisés, vivendo 40 anos numa região (Midiã) onde essa escrita era
conhecida, viu nela a escrita do futuro, e passou a usá-la por duas
grandes razões: (1) a impressão grandiosa que teve de usar uma língua
alfabética para seus escritos e que se compunha de apenas 22 sinais
bastante simples comparados com os ideográficos que aprendera nas
escolas do Egito; (2) Moisés compreendeu que estava escrevendo para o
seu próprio povo, cuja origem era semita como a dos habitantes da terra
onde estava vivendo, e que não eram versados em hieróglifos por causa de
sua condição de escravos.
Graças a tudo isso, a Bíblia pôde exercer grande e positiva influência
na história da humanidade. E pode ter influência sobre você também.
Já leu sua Bíblia hoje?
Estas são as referências das páginas sobre arqueologia bíblica:
{1} http://www.arqueologiadabiblia.com
{2} http://www.worldlingo.com
Autores destas páginas
Michelson Borges
Jornalista e mestrando em Teologia pelo Unasp
Lawrence Geraty, doutor em Arqueologia pela Universidade Harvard
presidente da Universidade Adventista de La Sierra, na Califórnia,
Rodrigo Silva é professor de Novo Testamento no Centro Universitário Adventista
Especialista em Arqueologia.
Jorge Fabbro é arqueólogo, coordenador do Curso de Pós-Graduação em
Arqueologia do Oriente Médio Antigo na Universidade de Santo Amaro
(Unisa) e presidente da Associação de Amparo à Criança e ao Adolescente (Educriança)
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