29 maio 2009

Arqueologia Bíblica IV

A riqueza de Herodes
A Bíblia menciona vários reis da Judéia que tinham o nome de Herodes. Na verdade, trata-se de vários herdeiros de
sangue real que tomavam esse nome por uma questão de monarquia, como
ocorria com os vários césares que Roma teve.
Quando Jesus nasceu, o Herodes que comandava Jerusalém era um homem
perverso e tremendamente político. Usando falcatruas e artimanhas, ele
conseguiu acordos na corte romana e firmou-se no poder. Adorava
construir prédios e parecia ser bom nisso. Ele completou o templo,
ampliou os muros de Jerusalém e inaugurou teatros e hipódromos. Aliás,
um dos anfiteatros que ele construiu foi restaurado recentemente e até
hoje serve de palco para shows realizados em Jerusalém. Até cantores
brasileiros já se apresentaram lá!
Mergulhado em investimentos imobiliários, Herodes tornou-se muito rico.
Pesquisas arqueológicas revelaram que sua renda anual ultrapassava 13
milhões de denários, uma quantidade que hoje equivaleria a mais de 1,6
milhão de dólares (mais de 3 milhões de reais).
Mas a riqueza da família Herodes não vinha apenas do mercado
imobiliário. Ele faturava muito dinheiro com os pesados impostos que
impunha ao povo. Por exemplo, cada agricultor tinha que devolver 1/4 do
que colhia para os cofres do governo; o comerciante tinha que pagar 1/3
sobre os grãos que vendia e 1/2 sobre as frutas. Era dinheiro que não acabava mais.
Nada disso, porém, trouxe paz à família real que vivia às voltas com
assassinatos entre parentes, adultérios, ganância e louca busca pelo
poder. Hoje, acredite se quiser, o túmulo da família de Herodes # que
fica numa praça de Jerusalém # teve que ser lacrado pela prefeitura,
pois acabou se tornando depósito de lixo e ponto de encontro para
delinqüentes e traficantes de drogas.
Como é triste verificar pessoas sofrendo da síndrome de Herodes. Pensam
que o dinheiro e a glória deste mundo podem garantir a verdadeira paz.
Esquecem-se, no entanto, de que Cristo é o único que pode conceder a
felicidade eterna e que, sem Ele, nada valerá a pena.


O mordomo do Rei Joaquim
Para conseguir viver, precisamos uns dos outros. Por isso, em todas as sociedades, as pessoas se organizam, de modo que cada
indivíduo desempenhe uma função útil para o grupo. Uns assumem a
responsabilidade de produzir alimentos, outros constroem abrigos, outros
cuidam da segurança, e assim por diante. Para que tudo funcione direito,
é necessário que haja também pessoas responsáveis pela coordenação de
todas essas inúmeras atividades. Essas pessoas são as que chamamos de
#líderes#, uma das mais importantes funções. Por isso, as pessoas que
escolhemos como líderes deveriam ser as melhores. Contudo, isso nem
sempre acontece. Às vezes, infelizmente, o líder é uma das piores pessoas.
Quando Joaquim completou 18 anos, foi escolhido para ser o rei de
Israel, em lugar do pai, Jeoaquim. A Bíblia diz que ele #fez o que era
mau perante o Senhor# (II Crônicas 36:9). Reis e homens poderosos, mesmo
que sejam maus e corruptos, sempre atraem seguidores # alguns incautos,
outros inescrupulosos; pessoas que fazem de tudo para estar perto dos
poderosos tentando obter alguma vantagem pessoal.
Com Joaquim não foi diferente: ele tinha seguidores. Escavações
arqueológicas em Beth-shemesh e em Tell Beit Mirsim, Israel, encontraram
três alças de vasos de barro impressas com um selo que dizia: #Pertence
a Eliaquim, mordomo de Joaquim#.
Esse tipo de #selo# era comum na Antiguidade. Eles se pareciam mais com
carimbos, feitos de metal ou pedra. Quando os vasos de barro estavam
ainda frescos, antes de serem endurecidos pelo fogo, usava-se o selo
para imprimir uma marca em sua superfície. Essa marca geralmente trazia
o nome do rei ou de alguém importante. Era uma maneira de identificar os
utensílios que pertenciam ao palácio, ao templo, ou a alguma família
rica. Por outro lado, freqüentemente, era também uma expressão de poder e de vaidade.
A vaidade, porém, é efêmera. O reinado de Joaquim durou apenas três
meses e dez dias. No ano 597 a.C, os exércitos de Nabucodonosor
invadiram Israel e levaram Joaquim preso para Babilônia, juntamente #com
os mais preciosos utensílios da casa do Senhor# (II Crônicas 36:9 e 10).
Devem ter levado o ouro, a prata, as pedras preciosas. Para trás ficaram
apenas os vasos de barro com seus selos, testemunhas da veracidade
histórica da Bíblia e de um curtíssimo e infeliz reinado.


A Cidade de Davi
Muitas descobertas arqueológicas têm sido feitas por mero acaso, durante a realização de obras públicas.
Recentemente, em Jaffa (antiga Jope), por exemplo, quando a cidade
reformava uma de suas avenidas, foram encontradas ruínas dos tempos dos
Cruzados. A reforma está agora parada, enquanto os arqueólogos escavam e
documentam o que foi achado. Curiosamente, obras públicas que não foram
feitas também têm propiciado importantes descobertas arqueológicas. É o
que está acontecendo hoje em Jerusalém.
Conta-se que, no começo do Século 16, o sultão Suleiman teve um sonho
que o deixou grandemente impressionado. Ele viu os muros de Jerusalém
caídos e sentiu-se chamado a reerguê-los, sob risco, se não o fizesse,
de ser queimado no inferno! Supersticioso como era, o sultão não quis
correr riscos e, sem jamais ter ido a Jerusalém, ordenou que seus muros
fossem reconstruídos. As obras começaram em 1537 e foram concluídas em
1541 (portanto, pouco tempo depois do descobrimento do Brasil). Quem
visita Israel pode, ainda hoje, ver esses imponentes muros e seus
majestosos portais circundando a velha Jerusalém.
Uma parte da cidade, porém, ficou do lado de fora dos muros! Talvez
tenha sido por erro dos arquitetos ou, talvez, por ganância, pois,
fazendo um muro menor, sobraria algum dinheiro para eles. O fato é que,
irado com isso, o sultão ordenou a morte dos construtores.
Mas, se Suleiman não gostou da história, os arqueólogos, hoje, estão
gostando muito! Isso porque eles estão descobrindo coisas muito
importantes do lado de fora que, se estivessem dentro dos muros, não
poderiam ser escavadas. Afinal, Jerusalém é uma cidade sagrada para
várias religiões e, além disso, é toda ocupada. Mesmo sabendo que a
cidade certamente se assenta sobre tesouros históricos de valor
incalculável, é quase impossível escavar dentro dos muros.
E, sabe o que os engenheiros do sultão deixaram do lado de fora dos
muros? Justamente a área onde o rei Davi construíra seu palácio!
A Bíblia diz que #habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi;
foi edificando em redor, desde Milo e para dentro.... Hirão, rei de
Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e
pedreiros, que edificaram uma casa a Davi# (II Samuel 5:9 e 11). Essa
área, atualmente, está sendo escavada pelos arqueólogos. Estamos
ansiosos para saber o que eles descobrirão ali!


As cisternas de Jeremias
A placa, escrita em hebraico e inglês, alertava #PERIGO#. Dei uma olhada em minhas botas, com solado espesso e
antiderrapante, cobrindo até o tornozelo, e em minhas grossas calças
jeans. Meus pés e pernas estavam bem protegidos. Resolvi, então, entrar
no grande buraco que havia dentro das ruínas de Tel Arad. Eu estava
curioso demais para dar muita atenção à placa.
Arad é uma antiga fortaleza, mencionada algumas vezes na Bíblia. Ela foi
construída, provavelmente, pelo rei Salomão e utilizada por todos os
seus sucessores. Sua localização era importante para proteger a
fronteira do sul de Israel, mas tinha um grave inconveniente: ficava num
lugar extremamente árido, nas bordas do deserto do Negev. Água, ali, era uma raridade.
Por isso, os habitantes fizeram o que era muito comum naquela época.
Cavaram um imenso buraco no chão, uma cisterna, para guardar a água do
breve período de chuvas e, assim, poderem sobreviver no prolongado
período de seca. As cisternas precisavam, naturalmente, ser cavadas na
rocha pura, onde não houvesse rachaduras ou porosidade. Caso contrário,
a água vazaria totalmente.
Era numa dessas cisternas que eu estava entrando; um poço de boca bem
grande, de uns 4 metros de largura por 3 metros de profundidade. Quando
cheguei no fundo, observei que ele não terminava ali, mas continuava
horizontalmente, por baixo da fortaleza, como se fosse um longo túnel,
escuro, talvez de uns 20 metros de comprimento. Felizmente, estava vazio
e seco. Mas estava muito mal cheiroso, cheio de moscas e alguns
morcegos.
Lembrei-me imediatamente do fiel e corajoso profeta Jeremias. Foi numa
cisterna como essa, em Jerusalém, que seus inimigos o jogaram. Ela
também estava vazia, mas cheia de lama, e Jeremias ficou atolado, sem
poder escapar (Jeremias 38:6). Eles fizeram isso porque não queriam mais
ouvi-lo falar sobre as terríveis conseqüências que ocorreriam por causa
da maldade do povo. Em um desses seus sermões, Jeremias disse: #Ficai
estupefatos, diz o Senhor. Porque dois males cometeu o Meu povo: a Mim
Me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas
rôtas, que não retêm as águas# (Jeremias 2:12 e 13).

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