31 dezembro 2010

FELIZ 2011

Nós do Mel e Gafanhotos te desejamos um ano de 2011 inesquecível
por tantas bençãos que o Senhor Deus fará derramar sobre você, sua
familia e sua casa.
Desejamos poder estar em sua companhia por todos os dias desse novo ano.
Paz e alegria sobre a sua vida, em nome de Jesus, O Cristo.

Paulo Lins e familia

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24 dezembro 2010

Dossiê Nigéria

Pastores evangélicos condenam à morte crianças acusadas de bruxaria
Neste artigo apresento os fatos, que já são do conhecimento de alguns,
sobre a situação das igrejas evangélicas na Nigéria, onde os pastores
estão acusando crianças de serem bruxas e cobrando altas taxas para
exorcizá-las. Procurei fazer uma exposição clara para que o cidadão
normal, não acostumado com a linguagem do "gueto" evangélico, também
pudesse compreender a situação.
O leitor também encontrará informações sobre o grupo brasileiro do
"Caminho da Graça" enviado à Nigéria, pelo [1]pastor Caio Fábio , com
a ajuda de irmãos do Caminho em todo o Brasil. As informações que deram
origem as investigações são formadas por dois vídeos ( {2} vídeo 1 ,
{3} vídeo 2 ), e as demais estão reunidas no site do pastor Caio Fábio
na seção intitulada Dossiê Nigéria .
É chocante, eu mesmo não acreditaria se não visse com meus próprios
olhos, mesmo sabendo que essa é uma possibilidade iminente, quando vejo
como são as igrejas evangélicas pentecostais do nosso país. Os
evangélicos se dizem perseguidos pela mídia, sobretudo pela Rede Globo
de televisão, mas caso não existissem meios de comunicação denunciando a
corrupção nesse meio, imagine as bizarrices que teríamos em nosso país.
Fiquei aterrorizado ao ver o que o cristianismo das igrejas evangélicas
criou nos países africanos, onde crianças são acusadas de bruxarias
pelos pastores, que pedem uma quantia equivalente a cerca de 4 meses de
trabalho para que as crianças sejam exorcizadas. O exorcismo consiste em
mutilar os corpos das crianças e queimar os ferimentos com o fogo de uma vela.
As famílias mais pobres que não podem pagar ao pastor pelo "exorcismo",
ou que pouco se importam com as suas crianças, tentam elas mesmas "curar
a bruxaria" torturando-as, mutilando seus corpos ou simplesmente as
abandonando no mato.
Quem são os pastores que praticam esse tipo de coisa
São pastores que se "converteram" das "cruzadas evangelísticas" feitas
por missionários da América do Norte ou da Europa, que seguem a linha
pentecostal e neopentecostal de doutrina. Para que o leitor leigo no
assunto saiba o que siguinificam essas designações, darei alguns
exemplos de igrejas pentecostais e neopentecostais brasileiras:
pentecostais, por exemplo, Assembléia de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Brasil para Cristo,
Igreja Deus é Amor, entre muitas; como exemplo de neopentecostais,
temos: Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça, Igreja Mundial do Reino de Deus, Igreja Renascer
em Cristo, Igreja Sara Nossa Terra (lembrando que esses são somente
exemplos e não significa que essas igrejas estão envolvidas; apesar de
não fazerem nada à respeito e algumas apoiarem pessoas como Reinhard
Bonnke),
Pastor evangélico que, por exemplo, humilha detentos em presídio usando hipnose e diz ser
o "Espírito Santo".
Você mesmo que visitou algumas dessas igrejas, ou assistiu algum vídeo
na internet, provavelmente presenciou o desrespeito que eles têm pelos
seres humanos e que descaradamente aproveitam-se das superstições e das
necessidades do povo para obter poder e dinheiro.
Igreja Universal do Reino de Deus, por ocasião de crise financeira, cria
a "Vígilia dos 318" para atrair empresários desesperados. Poucos
empresários, que supostamente obtiveram prosperidade de Deus na vigília,
são entrevistados exibindo sorrisos e carros luxuosos.
No Brasil, aproveitam-se da pobreza que contrasta com a proposta
capitalista de estilo de vida que é vendida ao povo pelos meios de
comunicação, oferecendo prosperidade financeira ao fiel. Também se
aproveitam do medo aos espíritos, gerado pela cultura das religiões
afro, oferecendo "proteção espiritual" a quem freqüenta as reuniões e
prometem fidelidade aos pastores "guias".
Imagine o que uma crença desse tipo, capaz de sincretismos tão
perversos, é capaz de criar em um país como a Nigéria, recém colonizado
e vítima de golpes militares e guerras civis sangrentas. Desejosos por
terem uma vida luxuosa, como a que se tem nos países ricos, de onde vêm
os missionários, não demorou muito para que 90% do povo se tornasse
cristão.
Os antigos deuses dos nigerianos foram vencidos pelos colonizadores,
assim como nas guerras da antigüidade, onde os deuses dos países
vencidos (incapazes de conduzir o povo a vitória) eram substituídos, aos
poucos, pelos deuses do povo vencedor.
[Reinhard Bonnke costuma reunir cerca de 1,6 milhões de pessoas em suas cruzadas evangelísticas na África.]
O principal precursor dessa doutrina perversa na Nigéria, foi um alemão
e pastor neopentecostal conhecido como Reinhard Bonnke, o qual foi
recebido pela Igreja Batista da Lagoinha no ano de 2007 com todas
as honras de um "grande homem de Deus" ( {4} Fonte ).
O jornal alemão Die Zeit o caracteriza como "um dos mais bem sucedidos
missionários do nosso tempo. Como se não bastasse, esses
missionários na África ainda recebem caches milionários para virem
pregar em congressos em outros países, como aconteceu aqui no Brasil.
Assim como Reinhar Bonnken, a maioria desses pastores fizeram fortunas
as custas da miséria do povo africano prometendo prosperidade material e
proteção contra a bruxaria. Esses novos missionários,
romperam com a escola tradicional, onde instituições sérias construíam
hospitais e colégios para atenderem as necessidades do povo carente, e
criaram instituições religiosas gigantescas e milionárias como
"Assembléia do Novo Testamento", "Igreja de Deus das Missões",
"Evangelho Monte Sião", "Glória de Deus", "Irmandade da Cruz",
"Liberdade do Evangelho", entre muitas outras.
No Brasil, a bruxaria, a demonização de culturas e exorcismo estão
ligados também a grupos recentes saídos do protestantismo, da Renovação
Carismática Católica, sendo os mais conhecidos a Igreja Universal do Reino
de Deus, Grupos do G 12, Diante do Trono e similares.
Velhas tradições africanas que através do Cristianismo não foram
absorvidas ou marginalizadas, serão completamente tomadas por estas
igrejas. Bruxaria e magia são uma realidade, temos a força para lutar
contra isso , afirma Kamphausen ( diretor da Academia de Missão da
Universidade de Hamburgo).
Como funciona o esquema
Os missionários brancos, vindos da América e da Europa, não se envolvem
diretamente com a vitimização das crianças, como já era possível
imaginar. Isso representaria muitos problemas para eles, tanto na
Nigéria como em seus países de origem; um problema desnecessário, uma
vez que o negócio deles é promover grandes cruzadas e construir grandes
ministérios.
O que eles fazem é demonizar o povo nigeriano. Pregam sobre os espíritos
que fazem mal as pessoas e que são enviados pelos bruxos, oferecem
proteção espiritual àqueles que se tornarem comprometidos com a igreja.
Ao contrário do que Jesus ensinou, eles pregam que, para combater os
feitiços enviados pelos bruxos, não basta a fé simples em Jesus, mas sim
um trabalho contrário, ou seja, as obras e as causas da igreja.
Assim como fazem aqui no Brasil, ensinam o povo que a pobreza é uma obra
do diabo, e que a inveja e o olho gordo de pessoa de fora da comunidade,
é o responsável pela má sorte nos negócios, na família e na vida
sentimental. A resposta para essa situação de miséria é então fornecida
por esses pastores. Eles ensinam que o fiel comprometido com a "obra"
não está a mercê dos espíritos causadores de má sorte e também que Deus
dará uma posição privilegiada na sociedade aos mais fiéis.
Os pastores negros da Nigéria não têm nem 1 milésimo dos recursos
necessários para se promover uma grande cruzada evangelística, como
fazem os brancos. Eles vêem os pastores brancos enriquecerem e se
tornarem autoridades poderosas em seu país, mas não têem os mesmos
recursos para fazerem o mesmo. Eles não podem prometer prosperidade aos
fiéis, pois eles mesmos não são tão ricos e poderosos como os brancos,
além do assunto "prosperidade" já ter se desgastado muito devido as
promessas feitas pelos brancos.
Dessa forma, o que resta a eles é usar o medo da bruxaria que os
nigerianos possuem, pois o assunto bruxaria está presente na cultura
nigeriana há milênios. Não é mais possível dizer na Nigéria que pessoas
não crentes enviam maldições as pessoas (como aqui no Brasil se faz
devido a Umbanda e o Candomblé), pois mais de 90% da população é
evangélica. O que eles fazem é usar um mito antigo de que existem
"crianças bruxas" enviadas por Satanás para atrapalharem os negócios da
família, trazendo má sorte e doenças, acusando as únicas pessoas que não
têm voz em um país de gente embrutecida e gananciosa, como a Nigéria de
hoje em dia.
A libertação dos espíritos opressores deixa de ser Graça de Deus para se tornar obra
feita pelo homem, usando o nome de "Jesus", como se Ele fosse um
"espírito mais poderoso".
O material teórico responsável por produzir esse sistema diabólico,
conhecido como {5} Batalha Espiritual , presente hoje na Nigéria, é o
mesmo que fez sucesso no Brasil nos anos 80 e 90. Quem não se lembra dos
grupos formados por fiéis da Universal presos por invadirem centros de
macumba? É essa teoria, que começou a ser produzida pelo seminário de
missiologia norte-americano {6} Seminário Teológico Fuller e que teve
como grande precursora no Brasil a pastora pentecostal Neusa Itioka, que
hoje lota as livrarias nigerianas, como nos confirma o grupo do Caminho
da Graça na Nigéria.
Pastores Nigerianos enriquecem rapidamente na Nigéria, exibindo carros
luxuosos e jóias em ouro pelo corpo. O que deveria ser um sinal para que
o povo nigeriano desconfiasse desses pastores faz exatamente o
contrário, ou seja, o povo vê a riqueza desses pastores e os consideram
abençoados e grandes "homens de Deus", como confirma o nigeriano  {7}
Kefing Foluke .
Reportagem da TV Americana ABC sobre as crianças acusadas por pastores.
Há no vídeo um religioso católico, lutador solitário, que vamos procurar
encontrar a fim de trabalharmos juntos contra o comércio de alminhas
humanas. Para aqueles seres mais sectários e apologetas, que endurecerão
o coração com a veiculação de uma matéria que poderia ser tendenciosa,
já que um padreco africano encaminha os repórteres americanos aos cultos
"evangélicos", eu só tenho a dizer o seguinte: "Sejam esmagados pela
realidade das imagens promovidas pelo teatro de horrores que a teologia
da prosperidade já fez em toda a África Central& em proporção endêmica!
E façam apologia contra a praga neopentecostal e não contra o Amor!"" (
{8} Fonte ).
E as autoridades nigerianas?
As estatísticas sobre o crescimento dos grupos pentecostais, chamados
"carismáticos", impressionam. Segundo o World Christian Database, em
Boston, a Nigéria é o terceiro país do mundo em número de seguidores de
igrejas pentecostais, com aproximadamente 3,9 milhões de fiéis. O país
fica apenas atrás do Brasil, com mais de 24 milhões, e os Estados
Unidos, com cerca de 6 milhões.
{9}[Álbum de imagens das crianças bruxas, estigmatizadas pelas igrejas evangélicas nigerianas, acolhidas pelo CRARN.]
Estima-se que mais de 5000 crianças foram abandonadas na Nigéria desde
1998 por conta das acusações de bruxaria feitas pelos pastores
evangélicos, para morrerem; isso quando não são mortas, espancadas,
dilaceradas e violentadas antes de serem abandonadas. Estatísticas dizem
que a cada 5 crianças abandonadas, 1 acaba morrendo de desnutrição ou
por conta das torturas indescritíveis que elas sofrem.
Em seu último comunicado (15/01/2010), os irmãos do "Caminho da Graça"
enviados para ajudarem as crianças, relataram a situação que encontraram
no lugar onde muitas crianças se refugiam
[...] Falo a respeito da mais estranha categoria de estigmatização
infantil. Tenho por certo que uma bomba de insanidade varreu a
humanidade que um dia possa ter existido aqui. Agora para qualquer lado
que se olhe, está tudo lá. É difícil apagar. Ficou estampado, marcado,
manchado. É um painel de horrores e o famoso clichê se aplica aqui: É
cenário de guerra civil. Tem sangue, mosquito, estupro, abutres,
mutilação, monturo, extorsão, maldição, feitiçaria, tumores, exploração,
correntes, medo, terror cristão, desencanto e morte." ( {10} Fonte ).
Na Nigéria não existem leis de proteção as crianças como em nosso país e
não há ninguém que se importe com elas. Os missionários cristãos com
suas "teologias de prosperidades" e o estilo de vida dos países
capitalistas, pregados como os "ideais de Deus para os homens", fez com
que o povo nigeriano, acostumado a tantas guerras e dificuldades, se
tornasse extremamente gananciosos e amantes do dinheiro. Quando os
pastores acusam suas crianças de bruxaria, alguns pais vêem aí uma
oportunidade de se livrarem de suas crianças, as quais não têm para eles
nenhum valor econômico.
Multidão formada por evangélicos invade reunião de ONGs pelos direitos
humanos das crianças estigmatizadas na Nigéria.
Os obreiros-empregados da "Helen-Macedo" usam os mesmos artifícios
empregados aqui, na luta contra os "ímpios" que, cegados pela
incredulidade, NEGAM que as crianças sejam BRUXAS. No vídeo de quase 3
minutos, a "gangue" da evangelista invade o salão. Eles estão todos de
laranja. Entram de surpresa decretando domínio territorial em nome de
Jesus e cantando louvores de guerra. E terminam por expulsar na
violência um organizador (grandão, por sinal)." ( {11} Fonte ).
Nollywood, a Hollywood da Nigéria
Uma coisa, que pode ser surpresa para a maioria das pessoas, é que a
Nigéria tem a terceira maior industria cinematográfica do mundo, ficando
atrás somente de Hollywood e Bollywood. Em termos de produção de filmes,
talvez a industria de filmes da Nigéria supere as demais, uma vez que
são produzidos cerca de 1000 filmes por mês.
O cinema da Nigéria tem crescido nos últimos anos e, embora seja um
mercado extremamente informal, teve uma grande explosão de produção (&)
que tem chamado a atenção mundial por suas características únicas. Todas
as produções são realizadas em vídeo. Sua produção é tamanha que já lhe
rendeu o apelido de "Nollywood."
Em volume de produção, "Nollywood" talvez seja até a maior,
já que desde o final da década de 1990 são feitos mais de mil filmes por
ano.
O mercado da Nigéria é exclusivamente de homevideo (com 90% da produção
sem distribuição oficial, legalizada), pois praticamente não existem
mais salas de cinema no país. Com este panorama, não é possível apontar
com alguma precisão o tamanho desta indústria. Faltam estatísticas
precisas ou elas simplesmente não existem. A única fonte oficial
minimamente confiável é o National Censorship Board, responsável pela
classificação indicativa, embora o órgão não dê conta do grande volume
de produção, e de toda sua informalidade, com muitos filmes sendo
"lançados" sem a indicação etária. Sem salas de cinema, a Nigéria conta
com cerca de 15 mil locadoras, e em quase todo tipo de comércio pode-se
encontrar filmes para vender ou alugar. Estima-se que cada filme venda
cerca de 25 mil cópias (&).
Geralmente são os próprios produtores que se encarregam da distribuição
das fitas e DVDs, garantindo um retorno financeiro fácil e rápido, com
uma margem de lucro não muito ambiciosa, mas volume muito grande. Com
esse esquema de produção, em apenas 15 anos a indústria cresceu do zero
para um mercado de cerca de US$ 250 milhões por ano que emprega milhares
de pessoas. Estima-se que cerca de 300 diretores estejam em atividade,
produzindo um total de aproximadamente dois mil filmes por ano.  O
sucesso desta indústria reside principalmente no fato de a temática dos
filmes ter um apelo direto com o público local, por tratar de
preocupações, conflitos e realidades que freqüentam o noticiário e o
imaginário da população local.  Os temas mais freqüentes são a AIDS,
corrupção, prostituição, religião e ocultismo . ( {12} Fonte ).
Em um país onde 90% da população é evangélica, esse é um veículo de
comunicação ideal para que essas práticas contra as crianças sejam
divulgadas por esses pastores. Os filmes são feitos com o objetivo de
deixar o povo nigeriano preocupado com o fato de que um dos seus filhos
pode ser um bruxo. Nas dramatizações, as "crianças bruxas" são chamadas
pelo diabo enquanto estão dormindo, saem do seu corpo em espírito e
aprontam todo o tipo de maldade, que serão sentidas pela suas famílias.
A maior produtora desse tipo de filme é a evangélica Helen Ukpabio,
famosa no país por ser produtora de cinema, e recentemente tem feito
adversários na sociedade civil por instigar a idéia que crianças podem
ser bruxas, demoninhos serviçais de potestades brancas ( {13} Fonte ).
É chocante saber que, no caso, os
feiticeiros são crianças com menos de 10 anos de idade.
Profetisa neopentecostal, de visão macediana em suas campanhas de
libertação, e muitos empregados-obreiros fanáticos que fazem Batalha
Espiritual contra pequeninos, Helen Ukpabio é a "neusa etioka" da
África. A diferença é que se a Sra. Etioka visse que sua pregação
estimula o abandono infantil, a agressão contra os pequenos, o
amordaçamento das crianças de peito, o embaraço emocional e o
infanticídio real, há muito ela, nossa Neusa, teria parado de falar.
Calar-se-ia para sempre!
Mas Helen Ukpabio fez fortuna. De onde está, não tem como voltar.
Pense que você é um adulto nigeriano que congrega
numa igrejinha perto de casa. Imagine que você tem filhos pequenos, meio
levados, meninos saudáveis mas, às vezes, atrapalhados; que deixam cair
um prato, quebram um copo sem querer, brigam na escola. E antes de
culpar a intolerância pagã de um cristão nigeriano, pense se você já não
procurou culpados espirituais por suas doenças e desempregos." ( {14} Fonte ).
O grupo do "Caminho da Graça" na Nigéria
Partiu do nosso país, no dia 1 de Janeiro de 2010, um grupo formado por
sete irmãos do "Caminho da Graça" com destino a Nigéria, para apurar os
fatos que relatei acima e ajudar as crianças acusadas de bruxaria. Com
recursos adquiridos através de doações de irmãos do Caminho, o grupo
partiu levando versões do Novo Testamento, DVDs, banners e folhetos para
serem distribuídos ao povo nigeriano.
Tudo começou quando o pastor {15} Caio Fábio recebeu por e-mail alguns
vídeos sobre crianças na Nigéria que estavam sendo acusadas de bruxaria
por pastores evangélicos. O pastor, ao ver os vídeos,
postou uma carta em seu site ( {16} veja ) e prontamente se propôs a
organizar um grupo para ir até a Nigéria ajudar as crianças e pregar o
Evangelho ao povo nigeriano, para que ficassem livres de uma vez por
todas desses pastores aproveitadores.
Sabendo do desejo do pastor Caio em organizar uma missão até a África,
vários irmãos de todo o Brasil e do mundo se propuseram a ajudar de
alguma forma: uns fazendo doações em dinheiro, outros se oferecendo para
fazer parte do grupo e muitas outras coletando mais informações sobre o
caso para instruir melhor os irmãos; cada um ajudou conforme pôde.
{17}[Informações sobre como ajudar financeiramente o grupo enviado a Nigéria.]
Desde então muita coisa aconteceu. O grupo fez contato com pastores
nigerianos ( {18} Fonte ) e com algumas ONGs que já estavam no local (
{19} Fonte ). Conheceram {20} Gary Foxcroft , 29, o co-fundador da 
Stepping Stones Nigéria , uma caridade que trabalha no Delta Nigeriano
para proteger os direitos de crianças carentes, particularmente as que
foram acusadas de bruxaria; ele foi um dos principais colaboradores a
missão.
As pessoas interessadas em obter mais detalhes sobre a viagem do grupo
podem assistir ao vídeo no link abaixo, onde o pastor Caio conversa com
Marcelo Quintela, um dos integrantes do grupo.
{21} Papo de Graça " Caio Fábio conversa com Marcelo Quintela sobre a
ida à Nigéria
Porém, a melhor maneira de se manter informado sobre o que aconteceu
antes, durante e depois da viagem, é ir acompanhando o canal {22} Dossiê
Nigéria no site oficial do Caio Fábio, onde o leitor pode acompanhar
todos os passos e acontecimentos através de um diário virtual mantido
pelo grupo na Nigéria e intitulado {23} Pequeninos na Nigéria .
{24}[Álbum de fotos da viagem à Nigéria incluindo as aulas de surf dadas as crianças pelo irmão Jojó de Olivença, e também de um culto ministrado pelo grupo em
Eket
City, Nigéria.]
Outra boa sugestão aos que querem ter mais informações sobre a missão na
Nigéria é assistir ao "Papo de Graça" do dia 9 de Janeiro de 2010, onde
Marcelo Quintela fala ao vivo, através de uma ligação telefônica, sobre
a situação encontrada por eles.
Primeira parte, de um total de cinco, da entrevista concedida pelo irmão
Marcelo Quintela direto da Nigéria.
Como ajudar
Se você é evangélico, saiba que eu não estou contando muito com a sua
ajuda, pois o que os evangélicos fazem numa situação dessas é o mesmo
que os fariseus da época de Jesus faziam: "edificam o túmulo dos
profetas" dizendo "se estivéssemos lá, não faríamos o mesmo". Eles
gostariam que pessoas como o pastor Caio Fábio não existissem, pois, no
meio evangélico, a "santidade" está em esconder pecados e não em não
praticá-los.
Porém, se não for o caso, você pode ajudar a continuarmos com a missão
na Nigéria entrando no site do pastor Caio Fábio e
seguindo as informações sobre como fazer doações em dinheiro, ou algum
outro tipo de ajuda.
Todos podem ajudar as crianças da Nigéria evitando freqüentar igrejas
com gente maluca e com doutrinas estranhas parecidas com as que citei
acima como, "batalha espiritual", "prosperidade", "unções" estranhas,
promessas de curas miraculosas (elas existem, mas isso nunca foi uma
ênfase nem em Jesus), decretos em nome de Jesus, ênfase em experiências
sobrenaturais, show de exorcismos, estudo sobre demônios e etc.
* Nunca aceite qualquer convite
* Sempre pesquise antes no Google e no Youtube
* Evite assistir programas de TV dessas igrejas
* Prefira igrejas sóbrias, com gente normal, simpática e amável
* Evite igrejas que buscam crescimento a qualquer custo
* Sempre leia o Novo Testamento
* Leia bons sites, por exemplo, {25} www.caiofabio.net
Neste artigo apenas apresentei os fatos e fiz isso sempre citando as
fontes, para que qualquer pessoa tenha a oportunidade de conferir se são
verdadeiros ou não, portanto, tenho a consciência livre porque sei que
fiz um trabalho honesto.
Ajude a divulgar o que está acontecendo na Nigéria para que mais pessoas
possam contribuir para que esse mal acabe de vez. Se você conhece alguma
pessoa que faz parte dessas igrejas, envie esse artigo para que
elas possam ter seus olhos abertos para enxergarem o mal caminho em que
estão.
Mais material sobre esse assunto
1 {26} The Daily Telegraph " Church burns "witchcraft" children
2 {27} The News One " Nigerian Witch Hunts Leads To Abused Children
3 {28} CNN " Abuse of child "witches" on rise, aid group says
4 {29} Boston.com " Churches in Nigeria denounce children as witches
http://juniorbocelli.com
--- Referências desta página ---
{1} http://www.caiofabio.net/
{2} http://juniorbocelli.com/?p=70"video1
{3} http://juniorbocelli.com/?p=70"video2
{4} http://cnncba.blogspot.com/2008/06/pastores-acusam-crianas-de-bruxaria-na.html
{5} http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/BatalhaEspiritual-OMovimento-Nicodemus.htm
{6} http://pt.wikipedia.org/wiki/Semin%C3%A1rio_Teol%C3%B3gico_Fuller
{7} http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05413
{8} http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05400
{9} http://picasaweb.google.com/juniorbocelli/NovoAmanhecerNigeria?feat=directlink
{10} http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05712
{11} http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05442
{12} http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema_da_Nig%C3%A9ria
{13} http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05429
{14} http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05430
{15} http://www.caiofabio.net/
{16} http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05337
{17} http://www.caiofabio.net/caminho/form2.asp
{18} http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05395
{19} http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05393
{20} http://www.caiofabio.net/2009/conteudo.asp?codigo=05403
{21} http://www.vemevetv.com.br/default.asp?idarquivo=855
{22} http://www.caiofabio.net/2009/canal.asp?canal=00028
{23} http://www.caiofabio.net/2009/conteudonews.asp?codigo=7
{24} http://picasaweb.google.com/juniorbocelli/NovoAmanhecerFotosDaViagemANigeria?feat=directlink
{25} http://www.caiofabio.net
{26} http://www.dailytelegraph.com.au/news/world/church-burns-witchcraft-children/story-e6frev00-1225788721635
{27} http://newsone.com/world/news-one-staff/nigerian-witch-hunts-leads-to-abused-children/
{28} http://www.cnn.com/2009/WORLD/africa/05/18/nigeria.child.witchcraft/index.html?eref=rss_topstories
{29} http://www.boston.com/news/world/africa/articles/2009/11/01/churches_in_nigeria_denounce_children_as_witches/
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Permissão para surtar

A FANTÁSTICA PERMISSÃO SOBRENATURAL PARA SURTAR.
A fé que se manifesta pelo surto do sobrenatural, deixa o seu praticante
em um estado de profundo perigo, pois, sob tal camuflagem, não há como
tratá-lo ou ajudá-lo, visto que a pessoa não se enxerga como louca, mas
sim como "elevada" ou "espiritual". É para evitar que a fé se torne
loucura ou viagem de irrealidade, que se diz que Deus deve ser amado
de todo o coração, de toda alma, de toda força e de todo entendimento.
Somente assim a fé é loucura que é a suprema sanidade, pois as emoções,
os sentimentos, as forças do instinto, e o entendimento, quando focados
em Deus, pelo amor grato, é que produzem a fé que é loucura de sanidade.
Muitos cristãos vêm conversar comigo, e percebo como muitos deles estão
completamente surtados, mentalmente perturbados, emocionalmente
fragmentados, psicologicamente paranóicos ou neuróticos; alguns tendo
até manifestações esquizofrênicas e psicóticas, e, todas essas coisas,
são acobertadas pela permissão que a "fé" dá para que toda maluquice
vire piedade. É como o caso da médium que recebe o tal do espírito de um
certo Caio Fábio, um antigo amante dela desde o tempo do Egito antigo, e
que foi seu companheiro também em outras encarnações, durante o tempo em
que ele era um general romano, o qual, hoje, é seu guia, mentor e amor
do além. Pergunta: se tal afirmação não fosse feita em nome de uma fé,
quem poderia ouvi-la sem pensar que se está diante de uma pessoa vivendo
um processo profundamente dissociativo da realidade, e, afundada num
mundo paralelo, o qual a mantém "livre" da necessidade de encontrar
alguém de carne e osso na vida real, ou quem sabe, de se enxergar? No
meio evangélico, a fé pentecostal é um viveiro maravilhoso para o
desenvolvimento de tais disfunções mentais. O tal do "senti no coração"
é desculpa psicoticamente divina para transformar qualquer maluquice em
revelação. O "Deus me revelou" é o maior escudo para fazer de qualquer
surto megalomaníaco ou narcisistico, algo próprio em qualquer ocasião, e
completamente irretocável diante dos fiéis. Assim, mergulhados na
permissão de fé para surtarem, especialmente em catarses públicas, os
freqüentadores de muitos dos cultos cristãos, estão na ante-sala dos
manicômios, visto que a maioria se dissocia da realidade, entra no mundo
da fantasia, do qual muitos não sabem mais voltar ou sair. Paulo diz em
I Coríntios que as "línguas" eram para ser faladas de modo introvertido,
a menos que houvesse quem interpretasse. E não mais do que dois ou três,
sucessivamente, em caso de ser algo publico. No mais, ele diz que
preferia dizer poucas palavras inteligíveis numa reunião pública, do que
falar em milhares de línguas estranhas que não edificavam ninguém. Assim
ele chama o culto para o equilíbrio entre emoção, força da alma,
manifestação da psique mais elevada, e do espírito tomado de consciência
e entendimento. Eu creio em todos os dons espirituais. No entanto, creio
em tais coisas a partir do modo discreto como Jesus as viveu, e também,
através do discernimento carregado de bom senso e equilíbrio que eu vejo
em Paulo, no que tange ao exercício de dons não coletivos, como as
línguas estranhas. O que precisamos saber é que a vivencia do chamado
"sobrenatural", só pode ser sadia, se três discernimentos espirituais
estiverem presentes: 1) Que o amor a Deus tem que ser equilibrado; das
emoções ao entendimento; e também entre a força e paixão. 2) Que nenhuma
manifestação indiscreta do sobrenatural é coisa do Evangelho, pois, em
Jesus, não há "show de sobrenatural". 3) Que uma comunidade só pode
sadiamente exercer pessoal e coletivamente os dons, se o fizer no
espírito da discrição, de ordem, de bom senso e da prevalência da
inteligibilidade sobre a initeligibilidade de qualquer que seja o
sobrenatural que não amplie o entendimento no amor. Essa é uma linha
muito tênue, a que separa o genuinamente sobrenatural, da doença mental
disfarçada de carisma, poder, visões, revelações, ou shows de milagres;
sendo que este último aspecto do sobrenatural, tanto pode ser apenas
filho do narcisismo de seus praticantes, como também pode ser o produto
da má fé e da manipulação. O fato é simples: a fé é simples, e se parece
com a discrição de Jesus!
Caio Fábio
http://caiofabio.net
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23 dezembro 2010

O balanço do inferno

Qual seria o balanço de fim de ano do inferno?
Alguns de nós certamente estão acostumados com reuniões de resultados
empresariais, onde diretores e gerentes se esforçam por mostrar o que de
bom foi feito e por esconder, de todas as formas possíveis, as
desgraças. E é também comum em algumas empresas o presidente fazer ao
final do ano um pronunciamento de como se vê a situação e quais os
vislumbres para o ano seguinte.
Outro dia fiquei imaginando como poderia ser a reunião deste final de
ano do inferno, ainda mais em vista do que anda acontecendo nas nossas
igrejas... Aqui fica um devaneio...
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Caros colaboradores, anjos caídos engajados na prática do mal, a todos
os comandantes de nossas hostes malignas:
Não posso me furtar, eu, Lúcifer, de festejar os resultados obtidos por
nossas equipes, de reconhecer a propriedade de nossas estratégias e
projetos. Se é certo que o Nazareno já assegurou seus domínios e sua
vitória, é reconfortante, pelo menos por ora, saber que temos
espezinhado parte dos que se apresentam como seu povo, e trazido alguns
conosco.
Nossos resultados tem sido realmente infernais! Mais ainda por notar que
temos conseguido quase que abrir nossas sucursais dentro dos currais do
assim chamado povo de Deus. Quantos de nossos livros conseguimos editar
e colocar nas estantes dos cristãos! Quantas de nossas doutrinas
logramos travestir de cristãs! Realmente infernal! Definitivamente
maligno!
Não posso deixar de destacar o sucesso de nosso programa "Igrejas para a
Perdição". Nada melhor do que incutir na cabeça dos líderes de igreja
que eles tem mesmo é que pregar o que o povo quer ouvir; que seu sucesso
está no número de fiéis que frequenta seu estabelecimento. Nada daquela
doutrina transformadora do Nazareno! Parabéns aos nossos colaboradores
que conseguiram inchar igrejas sem contudo qualquer crescimento real ou
importante; muito ao contrário, com um número até decrescente de fiéis
verdadeiros. Nunca plantamos tanto joio! Temos batido recordes e mais
recordes da plantação de joio! Parabéns aos que conseguiram incutir em
tantas igrejas um sincretismo que seria impensável tempos atrás. Ao
notar como pastores e líderes, eles mesmos, conseguem chamar a velha
idolatria de ‘evangelho contemporâneo', e ainda se emocionar com
isso... confesso que fico sem palavras... É definitivamente infernal ver
algumas de nossas práticas em curso nos púlpitos por aí afora.
Se eles querem a tal vitória, que façamos de conta que estamos por eles
vencidos. Que façamos nossas micagens e que deixemos a eles com um certo
gosto de que conseguiram nos amarrar. Como sabemos, no dia seguinte
estamos de volta. Mal sabem eles que os verdadeiros amarrados na
história não somos nós, e sim eles.
Outro programa que muito me orgulha é o chamado "Igrejas com Depósitos".
Infernal a idéia de bonificar pastores para que consigam fiéis
contribuintes. Impressionante ver como eles, para atingir suas metas e
ganharem seus bônus, ensinam verdadeiras barbaridades, exigindo do povo
a entrega sacrificial de bens que nem sequer ainda possuem em troca de
uma suposta benção material... Ainda bem que o título de ‘pai da
mentira' me foi dado tempos atrás. Hoje em dia eu teria dificuldades
para vencer tantos desafiantes... Tiro o meu chapéu para estas mentiras
deles.
E como não lembrar do nosso velho, tradicional e sempre eficaz programa
"Lobos em pele de ovelha"? Que sigamos plantando nosso joio no meio do
trigo. Que sigamos colocando nossos emissários em postos-chave de alto
comando de igrejas e suas denominações. Temos crescido bastante, e não é
para menos! A medida que o tempo passa as verdadeiras ovelhas leêm cada
vez menos suas Bíblias, e é impressionante como caem nas nossas
armadilhas mais elementares. É como tirar o doce de crianças. E, afinal,
como cada dia que passa as tais ovelhas acreditam menos em nossa
existência, elas não prestam mais atenção, não vigiam, não montam
guarda. Nosso caminho fica cada vez mais livre. Não desanimem, caros
demônios... É certo que sem resistência nossa luta até perde um pouco da
graça, mas sigam adiante. Se no passado tinhamos o desafio de ficar a
espreita e usar de novas estratégias a cada dia, que não nos desanimemos
ao encontrarmos portas escancaradas.
Que sigamos imitando a luz. Que sigamos fazendo de conta que nossa luz é
a verdadeira. Nada melhor do que atrair bobinhos para a nossa noite
escura fazendo-os correr atrás de um sol de mentira...
Que sigamos cobrindo nossas mentiras com um pouco da verdade. Nada
melhor do que disfarçar nossas artimanhas com uma roupagem toda santa.
Sempre foram nossas iscas, e seguirão sendo. O anzol sempre é embrulhado
com uma isca apetitosa. Que o nosso anzol jamais fique exposto, antes
seja embrulhado com bons e apetitosos chamarizes.
Que sigamos fazendo-os crer que a verdadeira vida está nos rituais, nas
celebrações. Que eles sigam cantando ‘seus mantras' que nada dizem
e nada produzem a não ser irritação para o ‘Eu sou'. Afinal, não
foi Ele mesmo que disse que as tais canções eram um barulho insuportável
em seus ouvidos (o tal de ‘estrépito') quando cantadas por gente
que não vivia o que cantava? Que eles sigam ‘fazendo barulho', e
que sigam acreditando que o tal ‘viver no Espírito' é mesmo ter as
tais experiências estapafúrdias na hora da celebração. Enquanto eles
pensarem que evangelho é só isso, melhor. Jamais se encontrarão com o
que os pode de fato transformar. Nosso trabalho seguirá, portanto, sendo
feito.
E sempre o mais importante: que não nos esqueçamos de destruir as
famílias. Uma família destruída é mais eficaz do que uma igreja
destruída, mesmo porque duas ou três delas se encarregam de acabar
sozinhas com suas igrejas. E casais mal resolvidos tornam-se pais
imprestáveis. Pais imprestáveis produzem lares insuportáveis, filhos
doentes, carentes, rebeldes, que não acreditam em mais nada, nem sequer
em Deus. E como a vida deles sempre foi um inferno (rsrsrs... deixem que
pensem que o inferno é ‘só isso'...), não vão pensar em se casar
jamais... e daí entra nossa velha estratégia: amor livre, curtir o
momento, etc, etc. E mesmo que se casem... que asseguremos que seus
lares sejam outras de nossas sucursais, não é mesmo?
Que eles continuem procurando a cura para seus problemas dentro das
garrafas de uísque, depois de um cigarro bem fumado, depois de uma
experiência sexual ‘além-muro', dentro das caixas de remédios para
dormir, dentro de sei lá mais o que. Que sejamos sempre ágeis em
oferecer estas nossas soluções. Quanto mais anestesiadas forem nossas
vítimas, melhor. Que só voltem a si quando for tarde demais.
Que continuemos ensinando que o tal ‘pecado' é só um dogma
medieval... Afinal, que os bobinhos continuem crendo que a verdade está
com eles. Que sigam na busca de seu ‘eu interior', pois assim
acabam esquecendo do ‘Eu sou' que os transforma. A palavra de
ordem é distancia-los de Deus. Quanto mais longe estiverem Dele, mais
perto estarão de nós e de nossos atrativos.
Caros colaboradores de todas as nossas hierarquias, da mais alta à mais
humilde: saibam que vivemos o nosso momento. Que aproveitemos o tempo.
Se é certo que nosso futuro não é lá muito brilhante, e dele não temos
como escapar, que tragamos conosco o maior número de vítimas.
Não importa que o próprio Nazareno já disse que os últimos dias seriam
assim mesmo, cheios de apostasia da igreja. Que não fiquemos nos
lembrando que estamos soltos por pouco tempo, onde pode parecer que só
fazemos o que fazemos porque o "Eu sou' está deixando. Que tenhamos
nosso foco nas vítimas, não Nele. Nossa briga não é mais com Ele. Nossa
luta é com as ovelhas, com o rebanho Dele. Se não podemos com Ele, que
busquemos atingir os que andam à busca Dele.
Caros colaboradores: que tenham todos um infernal novo ano, e que
façamos da vida da igreja um inferno. E como temos sempre feito até
hoje: sem que eles percebam!
Conto com vocês. Obrigado.
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Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor
como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.
1 Pedro 5:8
Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a
armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo,
pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e
autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda
a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer
inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes,
cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e
tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso,
usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas
inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus. Orem no Espírito em todas as
ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam
atentos e perseverem na oração por todos os santos.
Efésios 6:10-18
Carlos Sider
HTTP://www.crerepensar.com.br
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Presunção

A presunção humana é um saco!
Um homem orgulhoso de sua vaidade é um troço ridículo.
A jactância associada ao sagrado então, chega a feder.
O sujeito que se gaba de sua espiritualidade mostra, com isso, não ter
espiritualidade nenhuma.
*Aquele que se pensou grande por causa de sua sacralidade virou o diabo:
Satanás!*
Um homem encerrado em si mesmo é um homem perdido.
Eu já disse que o C.S.Lewis devia estar certo mesmo: o inferno deve ser o
lugar onde o homem pode viver inteiramente para si mesmo!
É verdade, pode ser que minha fé na Graça seja porque ela destrona qualquer
presunção humana.
Minha dificuldade é não admirar o cara que disse "...*que ninguém pense a
meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve*." ou "*Que ninguém pense
de si além do que convém*!"
Eu sou farinha desse saco.
Precisamos parar de pensar a nosso respeito além do que convém.
Precisamos gastar mais tempo tirando traves dos olhos.
Aquele "si mesmo" precisa ser negado... ele é um cara insuportável!
Crucifica-o!
(Enviado por Jorge Luiz Silva de Melo)
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20 dezembro 2010

Família

FAMÍLIA
Francisco Azevedo

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes.
Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um.

Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir.
Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde

no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.

O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.

Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.

Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo.

Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante.

Aquele o que surpreendeu e foi morar longe.

Ela, a mais apaixonada.

A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me
fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e
objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis
nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do
gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e
antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero.
Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua,
a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também
estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar.
Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria,
de raiva ou de tristeza.

Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase
sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao
paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.


Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso
ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato
extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem
medido.

Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional.
Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a
colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita
de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.


O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita.
Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha;
Família à Rossini, Família à Belle Meuniere; Família ao Molho Pardo,
em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria.
Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta
de preparar a família a seu jeito.

Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de
Família Dieta, que você suporta só para manter a linha.
Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente,
quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.


Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai
aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia.
A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui,
que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança.
Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu.
O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça,
por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar
e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas.
Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça,
no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.
(Enviado por Patrícia Gama)
http://cadeaminhavida.blogspot.com/

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26 novembro 2010

Êle viveu entre nós

Salão do Sindicato dos Cozinheiros de Paris, início da
década de 40. O presidente indaga quantos trabalhadores
tem um mes de férias por ano. Uns tantos se levantam. Quem
tem apenas uma semana de descanso. Uns poucos ficam de pé.
Quem só obtém licença do patrão para descansar apenas no
fim de semana. Outro punhado de pé. Quem nunca descansa?
Um rapaz suíço, com pouco mais de um metro e meio de
altura, levanta-se ao fundo. Era Alfredo Kunz, um
militante cristão.
Meses depois, Alfredinho, como era conhecido, foi
mobilizado pelo Exército francês para lutar contra o
avanço das tropas de Hitler. Aprisionado, passou a guerra
num campo de concentração na Áustria, ao lado de
prisioneiros soviéticos. Aprendeu russo para pregar o
Evangelho a seus companheiros de infortúnio. Em 1945,
logrou fugir do campo, onde morreram cerca de 40 mil
pessoas. Estranhou a indiferença dos soldados nazistas
que cruzavam com ele, um notório evadido, com uniforme
azul e cabeça raspada. Naquele dia, a guerra terminara.
Alfredinho tomou três decisões: tornar-se padre, trabalhar
com os mais pobres entre os pobres e jamais vestir outra
roupa que não reproduzisse o modelo do uniforme do campo,
em memória de seus companheiros mortos.
Ingressou na congregação dos Filhos da
Caridade e, a convite de dom Antônio Fragoso, em 1968 veio
para a Diocese de Crateús (CE). Perguntou ao bispo qual
era a paróquia mais miserável da diocese. Dom Fragoso apontou
Tauá, região de seca e flagelo. Alfredinho instalou-se na capela
local. Desprovida de casa paroquial, ele dormia no colchão
estendido junto ao altar e cozinhava num fogareiro.
Certa noite, foi chamado para atender uma prostituta que,
cancerosa, agonizava em seu barraco de taipa, na zona
boêmia. Antonieta queria confessar-se. Padre Alfredinho
disse a ela: "Somos nós que devemos pedir perdão a você.
Perdão pelos pecados de uma sociedade que não lhe ofereceu
outra alternativa de vida. Como Jesus prometeu, Antonieta,
você nos precederá no Reino de Deus. Interceda por nós."
Após receber a absolvição e a unção dos
enfermos, a mulher faleceu. Não havia dinheiro para o caixão. As
prostitutas enrolaram a companheira num lençol e
arrancaram a porta de madeira do barraco para levar o corpo a
vala comum do cemitério. Ao retornar para colocar a porta no
lugar, Alfredinho teve uma inspiração. Durante anos, o
vigário de Tauá habitou aquele casebre em plena zona
boêmia da cidade.
Num tempo de seca, os flagelados invadiam as cidades do
Ceará. Temerosos, muitos fechavam as portas. Alfredinho
criou a campanha da Porta Aberta ao Faminto (PAF), cartaz
que cerca de 2 mil fami1ias ostentaram em suas casas,
acolhendo as vítimas do descaso do poder público.
Fomos amigos e bebi de sua espiritualidade. Barbado,
vestido com a roupa azul que lembrava um macacão,
sandálias nos pés e mochila nas costas, o aspecto de
Alfredinho não diferia do de um mendigo. Convidado a
pregar no retiro dos franciscanos, em Campina Grande,
chegou de madrugada e dormiu na escada da igreja do convento. Ao
acordar, catou as moedas que encontrou em volta e bateu a porta.
"Quero falar com o superior", disse ao porteiro. "O
superior não pode atender. Está em retiro." Alfredinho
tentou esclarecer: "Sim, eu sei, pois vim pregar no retiro."
O porteiro já ia expulsá-lo quando Alfredinho foi reconhecido
por um frade que passava.
Testemunhei fato idêntico em Vitória, nos anos 70. A
cozinheira interrompeu meu jantar com dom João Batista da
Motta Albuquerque para comunicar: "Um mendigo insiste em
falar com o senhor." O arcebispo reagiu: "Diga a ele que
espere, minha filha. Vou atende-lo após o jantar." Era o
padre Alfredinho, que viera pregar no retiro do clero
local.
Em 1988, Alfredinho mudou-se para a Favela Lamartine, em
Santo André (SP). Passou a viver entre o povo da rua e a
dedicar-se a confraria que fundou, a Irmandade do Servo
Sofredor (Isso), hoje congregando pessoas consagradas aos
mais pobres em dez Estados do Brasil e vários países. Sua
trajetória espiritual entre os excluídos está narrada em
seus livros, muitos traduzidos no exterior: A sombra do
Nabucodonosor, A Ovelha de Urias, A Burrinha de Balaão, A Espada
de Gedeão e O Cobrador.
No domingo, 13 de agosto, Alfredinho transvivenciou,
acolhido por Aquele que era o seu caso de Amor. Deixou
como herança o testemunho de que uma Igreja afastada do
pobre é uma Igreja de costas para Jesus.

Frei Betto

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Ouvindo vozes estranhas

"Todavia, de modo algum seguirão a um estranho; ao contrário, fugirão dele,
porque não conhecem a voz de estranhos"

*Leia o Evangelho de João, Capítulo 10*

Talvez Jesus dissesse hoje, para suas atuais ovelhas que infligiram sobre si
uma auto-perdição: Disse eu no passado sobre as ovelhas do tempo que vivi
encarnado entre vós: 'de modo algum seguirão a um estranho'.

Quanto a vocês não posso dizer o mesmo. 'De algum modo vocês seguem a
estranhos, não fogem deles, embora sabendo que as vozes-conselhos são
estranhos, vocês os ouvem, pensando encontrar neles alguma sabedoria, que
vocês sabem, não encontrarão. Vocês gostam de ouvir estranhos!

Vocês gostam de chamar o ladrão de meu pastor!

Gostam do ladrão de emoções!

Gostam, não do que entra pela porta, mas do que sobe pelo muro, visto que se
viciaram em uma adrenalina-mania-de-perigo.

Vocês não amam a paz.

Acolheram o ladrão e suas práticas.

O ladrão, diferente do Bom Pastor, não vai adiante de vocês para os prevenir
e evitar colocá-los em situação perigosa. Ele os coloca adiante dele, para
que vocês sejam os primeiros a sofrerem, e vendo o mau que lhes sucede, ele
escape ileso.

Vocês amam serem laranjas psicológicos dos vossos pastores-ladrões, para que
eles possam praticar os roubos e serem protegidos por vossas
identidades-alma.

Você não amam a Verdade. Adoram uma mentirinha literária dita no gozo do
rastro de palavras bem arranjadas.

Vocês adoram sermões. Não amam a Palavra.

Amam a liturgia do roubo, praticada diante de vocês.

Vocês não querem ser guiados para fora. Amam um aprisco-igreja pastoreado
por ladrões, pulando por todas as partes, vindo por todos os lados, levando
de vocês a saúde, o dinheiro, a alegria de viver a vida em Cristo, a paz, e
tudo de bom que por Deus tenha sido dado.

Resolveram abraçar a morte e chamá-la de minha amiga.

Vocês não querem enfrentar a vida, tendo adiante de vocês, o Pastor das
ovelhas.

Eles, os ladrões, não os chamam pelo nome, (como o Bom Pastor) pois vocês
são uma massa de manobra, não tendo qualquer individualidade, e os guiam
para fora, para o abismo. E isto quando não os guiam para dentro do
abismo-igreja.

Vocês não mais reconhecem a voz do Pastor de vossas almas, fizeram do ladrão
o vosso pastor e do assaltante o vosso conselheiro. E isto em muitas
dimensões da vida.

Ouçam somente a voz do Pastor das ovelhas.

De coração o meu desejo é que você seja (ou torne-se) ovelha, mas talvez
Jesus te diga: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, somente".

Anderson Rio Branco
http://caminhojp.blogspot.com/

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Carta ao inquilino

Prezado morador,
Gostaríamos de informar que o contrato de aluguel que acordamos há
bilhões de anos está vencendo. Precisamos renová-lo, porém temos que
acertar alguns pontos fundamentais:
Você precisa pagar a conta de energia. Está muito alta! Como você gasta
tanto?
Antes eu fornecia água em abundância, hoje não disponho mais desta
quantidade. Precisamos renegociar o uso.
Por que alguns na casa comem o suficiente e outros estão morrendo de
fome, se o quintal é tão grande? Se cuidar bem da terra, vai ter
alimento para todos!
Você cortou as árvores que dão sombra, ar e equilíbrio. O sol está muito
quente e o calor aumentou. Você precisa replantá-las!
Todos os bichos e as plantas do imenso jardim devem ser cuidados e
preservados. Procurei alguns animais, e não os encontrei. Sei que quando
aluguei a casa, eles existiam...
Precisam verificar que cores estranhas estão no céu! Não vejo o azul!
Por falar em lixo, que sujeira, hein! Encontrei objetos estranhos pelo
caminho! Isopor, pneus, plásticos...
Não vi os peixes que moram nos rios e lagos. Vocês pescaram todos? Onde
estão?
Bom, é hora de conversarmos. Preciso saber se você ainda quer morar
aqui. Em caso afirmativo, o que você pode fazer para cumprir o contrato?
Gostaria de você sempre comigo, mas tudo tem um limite. Você pode mudar?
Aguardo respostas e atitudes.

Sua casa – a Terra.

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O Ecumenismo

<*Ecumenismo, uma utopia (sem lugar) à procura de um topos (lugar)*
O Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa define o verbete "ecumenismo"
como sendo (1) movimento universal de união das Igrejas Evangélicas
(protestantes). (2) O mesmo movimento estendido a todas as igrejas cristãs,
abrangendo o protestantismo, catolicismo e os diversos ritos orientais (vem
do grego *oikoumenismós*).
A palavra é composta de duas expressões gregas *hoikós* = casa / *koumene *=comum. Assim, ecumenismo nasce da utopia de que todos os seres humanos
possam "habitar uma casa comum", ou seja, compartilhar a mesma fé e
esperança espirituais. De fato, tal ideal jamais poderia ser vivenciado,
quer seja porque há uma gama muito grande de diferenças entre as culturas, e
a espiritualidade é expressão dos contornos culturais de um povo; quer seja
porque há uma natureza fragmentária nos movimentos concretos de
espiritualidade. Ao invés de caminharmos na direção da unidade, o que se
verifica na experiência religiosa é que por menor que seja um grupo, ele
tende a se dividir. São os irrefreáveis efeitos da vaidade e do orgulho, do
narcisismo que só nos permite ver como convenientes e adequadas as
manifestações intelectuais e confessionais que se assemelham às desposadas
por nós e por nosso gueto. Como disse Caetano "narciso acha feio tudo que
não é espelho".
O máximo que temos identificado é o que Francis Schaeffer chamou nos anos 70
de "cobeligerância", a capacidade de pessoas que crêem em realidades
diferentes se juntarem, momentaneamente, para lutarem contra um inimigo
comum, como a legalização do aborto ou a proibição de cultos em espaços
públicos. Este tipo de experiência não fala de identidade interna entre os
grupos, mas de uma luta (*beligere*) feita em parceria (*co*). Para isso nem
precisam ser grupos religiosos, visto que um sindicato de metalúrgicos e uma
igreja batista podem, simultaneamente, combater a presença de traficantes em
uma escola pública local. Ecumenismo é muito mais do que cobeligerância, mas
inclui este conceito.
A pergunta que se mantém no ar é a seguinte: seria o ecumenismo uma proposta
de fato conveniente para aqueles que professam fé em Jesus de Nazaré? Como
ponto de partida, convém lembrar que o desejo de unidade entre seus
discípulos é parte essencial da oração sacerdotal de Jesus, registrada no
capítulo 17 do Evangelho de João. Vejamos a expressão literal dele no
versículo 21, na qual diz que ora "para que todos sejam um, como tu, ó Pai,
o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo
creia que tu me enviaste." Sim, Jesus desejava que a unidade de seus
discípulos fosse um sinal visível de sua ligação com ele e com o Pai. Logo,
há no Mestre o desejo de que aqueles que crêem nele andem juntos, sirvam uns
aos outros, encarnem neste mundo caído e tenebroso "seu corpo e seu sangue".
Penso que todos os que seguem a Jesus têm esta comissão, a de andarem
juntos. Contudo, nossas diferenças doutrinárias falam mais alto que a oração
de Cristo. Uns são pela predestinação, outros pelo livre-arbítrio; uns são
sabatistas, outros guardam o domingo; uns são imersionistas, outros
aspersionistas; uns acreditam no batismo com o Espírito Santo como uma
segunda benção, outras acham que ele se dá na hora da conversão... as
diferenças são tantas que cansaríamos de enumerá-las, mas será que alguma
destas coisas é mais importante do que o desejo do Rabino da Galiléia de que
andássemos juntos? Será que até questões mais sérias, do ponto de vista
teológico, tais como crer na Doutrina da Trindade ou na suficiência da
graça, seriam motivos para não andarmos lado-a-lado na proclamação das
Boas-Novas?
A minha impressão é que o fracasso do ecumenismo está diretamente ligado ao
egocentrismo e individualismo que grassam em nosso tempo. Mesmo quando eu
olho para as religiões consideradas pagãs, vejo que há na abordagem cristã
em relação às mesmas, uma impiedade muito maior do que a que foi ensinada no
Novo Testamento. Por exemplo, Paulo quando foi evangelizar em Atenas, tomou
como ponto de partida de sua pregação um elemento do panteão grego, "o altar
ao deus desconhecido". E diz que é justamente este que ele vinha anunciar.
Claro que "o deus desconhecido" não era Jesus, era uma figura que se
inserira na tradição ritual e litúrgica grega em uma conjuntura histórica
local, mas Paulo achou que este elemento pagão poderia ser um link
interessante para a proclamação que tinha para fazer. Quantos de nós
teríamos o mesmo tino e coragem missiológica hoje?
Mas o zelo pela verdade do Evangelho não deve ser negligenciado. Não é
possível que admitamos que "todo caminho dá na venda", que toda forma de
espiritualidade leva a Deus. A verdade é que muitas formas de
espiritualidade nos afastam do Deus vivo e verdadeiro, revelado por Cristo
Jesus e trazido até nós, por obra do Espírito Santo, através dos relatos
canônicos. Algumas das mais perigosas destas espiritualidades desviantes
estão justamente entre as comunidades protestantes, cito como exemplo a
Teologia da Prosperidade e o Fundamentalismo Presbiteriano, ambas filhas do
materialismo e da arrogância da cultura norte-americana.
Creio que devemos nos limitar, de modo radical, ao que foi ensinado pelo
próprio Jesus, e isto feito de modo simples e claro. Aquilo que não foi
anunciado por Jesus não é essencial. Aquilo que ele deixou de afirmar como
caminho de salvação é, por isso mesmo, periférico. Tudo quanto eu elenquei
acima, como pontos de bifurcação da fé cristã não aparecem no ensino direto
do Salvador nos quatro evangelhos, e podem ser desposados por este ou por
aquele grupo cristão, sem qualquer prejuízo para a unidade maior peticionada
pelo Encarnado.
O que seria, então, essencial e inegociável? Sugiro sete verdades: fé na
eficiência do sacrifício expiatório de Cristo, realizado de uma vez por
todas na cruz do Calvário; consciência do amor e cuidado do Pai por todas as
criaturas (por exemplo: pelos lírios do campo, pelos passarinhos e por todos
os homens); decorrente desta consciência, a libertação de toda forma de medo
ou de ansiedade, que escravizam e retiram a capacidade de vivermos
confiantes e agradecidos no presente; ciência de nossa incapacidade de
exercer qualquer tipo de julgamento sobre os nossos irmãos, uma vez que
somos seres "travados" (com uma trave nos olhos); exigência do perdão às
ofensas de nossos irmãos contra nós, como *conditio sene qua nom* para que
fruamos o perdão do Pai em nosso favor; renúncia a toda forma de
espiritualidade "para inglês ver", de vida espiritual performática, mas um
retorno à alcova da intimidade com Deus, exclusivamente sob seus olhos;
disposição radical de nos desapegarmos de tudo que sirva de empecilho para
que sejamos porta-vozes da "reconciliação realizada", essência suprema da
Boa-Nova cristã.
Todo ser humano que seja capaz de afirmar estas sete verdades será por mim
chamado de "Meu Irmão!". Todo aquele que, por uma questão de consciência ou
de fé, não for capaz de subscrevê-las é "pródigo", que sendo filho não se
deixa amar como tal, mas que nem por isso deixa de sê-lo. A ele eu quero
procurar e buscar, para dizer-lhe que o Pai não está com raiva dele, que, em
verdade ele o ama e perdoa, que o quer em sua companhia. E quando, segundo a
operação do Consolador, alguém crer no amor e se voltar para Ele, eu quero
dançar no eterno baile dos arrependidos, para o qual eu sou continuamente
convidado.
Alguém lendo esse modesto rol de verdades da fé poderá dizer: assim é fácil
demais! Ao que eu responderia: É não! O problema nunca foi saber o que Jesus
ensinou, mas o que nós temos a dizer sobre o que Jesus ensinou. São nossas
interpretações autojustificativas que nos separam. É a água que pomos no
vinho para que se torne mais palatável, que faz do Evangelho uma sangria,
que nem é boa como o vinho, nem refrescante como a água. E assim caminha a
humanidade... explicando para complicar, expondo para encobrir e anunciando
para que ninguém conheça.
Devo confessar que não sou tão ecumênico como gostaria de ser. Parece-me que
o ecumenismo radical exige um alto grau de indiferença em relação àquilo que
crê e professa o outro. Eu não sou assim. Tenho em mim, ainda, uma fagulha
apologética que me faz indignar, não contra budistas, islâmicos e hindus,
mas contra aqueles que usando o nome de Jesus, fazem dele um déspota ou uma
marketeiro de bens de consumo; um irmão-mais-velho que se queda indiferente,
e até mesmo contente, pelo fato de ser agora o único a gozar (sem gozar) da
comunhão com o Pai.
Foi ele quem nos chamou de volta à casa do Pai, nossa casa comum; que nos
foi preparar lugar; que com um azorrague depôs do trono o usurpador
legalista e perpetuamente irado que os fariseus haviam entronizado como Deus
e fez no lugar-santo se assentar o "Pai Nosso que está nos céus".
------------------------------
Martorelli Dantas
* Bacharel e mestre em Teologia e Direito. Doutorando em Filosofia do
Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor de Introdução ao
Estudo do Direito e de Direito Constitucional na Universo (Recife) e na
Faculdade Metropolitana (Jaboatão dos Guararapes – PE). Mentor da Estação da
Zona Sul do Recife do Caminho da Graça.
--
no Um Canto Qualquer<http://martorellid.blogspot.com/2010/07/ecumenismo-uma-utopia-sem-lugar-procura.html>
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Vivência Comunitária

A vivência comunitária é, penso eu, o item mais
visível nas narrativas do Novo Testamento. Antes de qualquer tipo de
organização, os da fé, sempre se encontravam. A partir da escolha dos
doze, o Senhor, validou o encontro e a caminhada comunitária dos irmãos
que iam se tornando amigos, a medida que conviviam e se repartiam uns
com os outros.
Foi no ambiente da comunidade, a partir de dois ou três irmãos, que a
história da nossa fé se desenrolou. Neste contexto comunitário que todo
tipo de milagre aconteceu e foi testemunhado pelos irmãos e amigos que
se reuniam. Toda expressão de fé passava de um modo ou de outro pelo
caminho da comunidade, pois, era o ponto de partida e o ponto de
chegada.
Quando afirmamos que Jesus é nosso ponto de partida e de chegada,
afirmamos também que, a comunidade dEle, que Ele mesmo, denominou de
Corpo dEle, é para os da fé, este lugar. Quando os irmãos e amigos se
encontram, se reúnem, comem e bebem juntos, oram, meditam no evangelho,
servem-se uns aos outros, experimentam o milagre da comun-unidade.
Este milagre se traduz no encorajamento comum, na edificação comum, no
serviço comum, na relação mais intima com o Pai Eterno a partir da
intimidade com os irmãos e amigos. Portanto, antes de se organizar, se
instituir, a comunidade é este lugar. Lugar de cura e re-significação da
existência humana. Digo isto pra afirmar que é tempo de fazer valer a
comunidade, o encontro, a reunião e abandonar todas as inquietações
provocadas por sistemas que nada tem a ver com comunidade.
Encorajo você a encontrar um grupo de irmãos e amigos, que se encontram
e se reúnem em amor e graça. De preferência que seja um encontro
simples, singelo, informal, afetuoso, instrutivo e com uma boa dose de
bom humor. Gente que vive na terra. Gente que busca continuar humano.
Gente que prioriza e valoriza pequenos gestos de generosidade uns para
com os outros.
Encontre um grupo de pessoas livres, que se encontram e se reúnem porque
querem. Chegam e vão sem constrangimentos. Se você encontrar um grupo
assim, fique com eles. Não os cobre de nada e nem se deixa cobrar de
nada. Convivam, comunguem, repartam-se, doem-se, curem-se, e contribua
pra que o maior número possível de pessoas saiba que há grupos assim
espalhados por ai.
Chega de discussões inócuas, tolas e vazias sobre coisas, sistemas,
doutrinas, modelos, moveres, unções e toda esta periferia que Paulo
chamou de rudimentos.
Carlos Bregantim
http://intricissitudes.blogspot.com/2010/06/vivencia-comunitaria.html
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28 outubro 2010

A vontade de Deus

Obviamente a vontade de Deus é de Deus.
Sim! A vontade Dele é Dele; e de mais ninguém.
Jesus disse que comia a vontade do Pai, que se alimentava dela.
Ora, se eu tenho muitas vontades e se as exerço de modo pessoal e
incompartilhável, que não dizer da vontade de Deus?
"Quem conheceu a mente do Senhor?"
*Além disso, o que me separa de Deus em todos os sentidos possíveis é
infinitamente mais do que o que separa de um organismo mono-celular.*
Assim, Deus se revela às amebas como as amebas podem processar.
Ora, o mesmo Deus faz com os homens!
O problema é o surto humano. Sim! O homem crê que é "capaz de entender
Deus", e,
sobretudo, de dizer aos outros humanos qual seja a vontade de Deus para o
outro.
A vontade de Deus é uma só: que nos amemos uns aos outros!
Deus não tem planos profissionais para ninguém. Nem de qualquer outra
natureza tópica. O plano de Deus, não importando onde eu esteja, é que eu
ame e pratique o amor. O resto é insignificante!
É o que Paulo diz quando afirma: "... ainda que eu..." fale línguas de
homens e anjos, ou profetize, ou saiba todas as ciências e adquira todas as
sabedorias, ou me entregue às praticas de martírio ou de entrega social de
todas as minhas produções aos demais homens necessitados, mas, "se não tiver
amor, nada me aproveitará"; e mais: nada será vontade de Deus.
Paulo nunca discutiu nada disso. Sabia fazer tendas. Mas era chamado para
pregar. Por isso, tendo dinheiro para entregar-se apenas à pregação, assim
fazia. Mas se não tinha, então, fazia tendas, e, pregava nas horas
possíveis.
Ou seja:
Paulo tratava tudo com simplicidade, pois, a vontade de Deus era amor, e,
amor, cabe em qualquer oficina de tendas.
As pessoas perguntam, referindo-se aos detalhes da vida, como se eu ou
qualquer outro ser ameba humano pudéssemos responder: Qual é a vontade de
Deus para a minha vida?
Ora, eu posso responder, mas a resposta que tenho a dar não satisfaz as
pessoas que querem saber a vontade de Deus como um guia afetivo e
profissional das jornadas na Terra.
Então, não sei!... Afinal, nessas coisas, à semelhança de Paulo, apenas uso
o bom senso para decidir, e nunca o faço como quem consulta um "guia de
jornada", mas apenas como uma decisão de agora, da circunstancia do existir;
e isto, sempre, apenas conforme o espírito do Evangelho, que é amor.
*A vontade de Deus são os Seus mandamentos, embora Jesus tenha nos dito que
até os mandamentos, sem que sejam vividos em amor, são desagradáveis a Deus;
pois, sem amor, todo mandamento não passa de presunção e arrogância.*
*A vontade de Deus é amor, alegria, paz, bondade, longanimidade, mansidão e
domínio próprio!*
Se você faz isso entregando o lixo, operando na mais rica clinica de
neurocirurgia, ou se o faz pregando como um ensinador da Palavra, não
importa; pois, a única coisa que importa para Deus é se você vive ou não o
amor como o mandamento de seu ser.
O que Deus quer de mim? Onde quer que eu trabalhe? Com quer que eu case?
Ora, Jesus não respondeu tais perguntas a ninguém!
Quando Pedro quis saber... Jesus apenas disse: "*Que te importa? Quanto a
ti, vem e segue-me*".
*Quanto mais a pessoa se dispõe a andar em amor e fé, sem buscar mais nada,
tanto mais ela encontrará uma sintonia fina com Deus e com a vida, e, assim,
sem que ela sinta, irá sendo posta no leito do rio de sua própria vida.*
É claro que Deus tem a vontade que diz "não". Mas essa é a não-vontade de
Deus. É o que Deus não quer, pois, é o que Deus não é.
Deus não é mentira, nem engano, nem ódio, nem cobiça, nem traição, não
injustiça, nem maldade, nem indiferença, nem descrença, nem altivez, nem
orgulho, nem arrogância, nem vaidade, nem medo e nem frieza de ser.
Assim, a tais coisas Deus diz "não", mas não como quem diz a Sua vontade,
mas apenas aquilo que não é vontade Dele.
Portanto, a vontade de Deus não é "não", mas "sim", embora a maioria apenas
pense na vontade de Deus como negação.
Ou seja:
Para tais pessoas Deus é Aquele que diz "Não".
A proporção, todavia, continua idêntica à que foi estabelecida no Éden.
Pode-se comer de tudo, e, apenas diz-se não a uma coisa: inventar a nossa
vontade contra essa única coisa à qual Deus disse "não".
*Todas as árvores do Jardim são comestíveis, mas, continuamos discutindo a
única arvore proibida, tamanha é a nossa fixação na transgressão como
obsessão na vida.**
*
Entretanto, a vontade de Deus é sim, e, para aqueles que desejam fazer a
vontade de Deus, e não apenas discuti-la, Deus revela Sua vontade como fé e
amor, e, nos diz que se assim vivermos provaremos tudo o que é bom, perfeito
e agradável, não porque a vida deixe de doer, mas apenas porque o pagamento
do amor transcende a toda dor.
A vontade de Deus é que eu desista das coisas de menino nesta vida e abrace
as coisas de um homem segundo Deus.
Agora, se você vai trocar de casa, de carro, de mulher, de emprego, de
cidade, de país, de nome — sinceramente, é melhor consultar um bruxo, uma
feiticeira ou um profeta que aceite pagamento para contar tal historinha.
Você pergunta a Jesus:
*Senhor, qual é a Tua vontade para mim?*
Ele responde:
*É a mesma para todos os homens. Sim! Que você ame e pratique o amor, pois,
sem amor, nada será vontade de Deus para você, ainda que você distribua
todos os seus bens aos pobres e entregue o seu corpo para ser queimado em
martírio de dignidade pela consciência e pela liberdade.*
Dá pra entender ou é difícil demais?
Que tal a gente parar de brincar de vontade de Deus? Vamos?
Chega; não é gente?

Nele, que é a vontade de Deus para o homem,

Caio Fábio

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Resgatando Jesus

Não precisamos ir muito longe para percebermos a diversidade de
#Jesuses# que existe no mercado. Tem #Jesus# pra todo gosto. Em muitos
lugares louvores são entoados a essas entidades que carregam o mesmo
nome, mesmo que não sejam semelhantes avaliadas suas características.
São tantos #Jesuses# que a maioria das pessoas não percebeu o óbvio # O
Jesus do Evangelho é o mais desconhecido de todos. Concordo com Nolan
quando disse que #Jesus tem sido mais frequentemente honrado e venerado
por aquilo que ele não significou, do que por aquilo que ele realmente
significou. A suprema ironia é que algumas das coisas, às quais ele mais
fortemente se opôs na sua época, foram ressuscitadas, pregadas e
difundidas mais amplamente através do mundo # em seu nome. Jesus não
pode ser totalmente identificado com o grande fenômeno religioso do
mundo ocidental, conhecido como cristianismo#. (Albert Nolan # Jesus
antes do cristianismo)
Para um resgate de Jesus em nossa sociedade não é proclamando seu nome
que hoje se confunde com as cópias que carregam a mesma nomenclatura,
mas através de um resgate da mensagem do Nazareno, que uma vez crida,
porá fim a este mercado gospel que se estabeleceu em seu nome.
Precisamos deixar de lado todas as nossas imagens de #Jesus#,
conservadoras, progressistas, devotas, libertárias e acadêmicas e
mergulharmos no ensino do Evangelho.
Segundo os escritos neotestamentários Jesus tinha toda a sua atenção
voltada aos pobres (mendigos, doentes, desempregados, viúvas, órfãos,
operários diaristas, camponeses, escravos e os pecadores # desviados dos
costumes tradicionais) # aqueles que dependem da misericórdia de outrem,
dos quais era retirado o direito ao arrependimento, pois todo processo
religioso de purificação custava muito dinheiro. Além de levarem toda
espécie de vitupério, como ter que em suas doenças, ou desgraças serem
vistos como castigados por Deus.
Jesus escolheu estar entre os pobres e aceitando os pecadores como
iguais, Jesus afastava deles a culpa, a vergonha e a humilhação # é isso
que significa perdão. E o que movia Jesus era a compaixão. Por esta
escolha, e pelo seu ensino que denunciava toda forma de opressão e
exclusão do próximo, Jesus atraiu como inimigo os religiosos de sua
época.
Os fariseus (linha religiosa dominante em Israel) foram os principais
antagonistas de Jesus, talvez pelo fato de os saduceus não crerem nas
coisas que Jesus defendia (ex. ressurreição dos mortos). O universalismo
de Jesus chocava-se com o exclusivismo farisaico. A liberdade de Jesus
chocava-se com as abluções ritualísticas dos fariseus, as quais
considerava tradições de homens.
Por afastar-se fundamentalmente da concepção vigente a respeito da lei
em seus ensinamentos e ações, Jesus entrou em conflito com os escribas,
os rabinos, que interpretavam a lei de acordo com a tradição. A reação
do sacerdócio a Jesus se deu mais por questões políticas do que
religiosas.
Entre os pobres Jesus anuncia sua mensagem revolucionaria: O Reino,
Reino de Deus ou Reino dos céus ou ainda vida e vida eterna. Trata-se do
reino Daquele que está no céu. Não se refere a um reino que está no céu
ou que vem do céu. A idéia de um mundo celestial não se encontra na
mensagem primitiva.
Jesus com toda probabilidade a um só tempo falou de uma vinda presente e
futura do reino de Deus. Anunciava o juízo, a vinda do filho do homem
como confronto de Deus com a história, e o irromper do Reino, que tem em
suas obras apenas sementes, e esse Reino vem de Deus também por meio da
ação humana.
Para Jesus a vinda do reino de Deus não está incluída na história e
subordinada à mesma, mas dá ao mundo presente bem como ao futuro sua
feição, consumando-a numa nova criação.
Esse era o tema de Jesus. Ele não se ocupou com outros temas, não
discutiu teorias da origem do mal ou da miséria. Não se deteve em
dilemas dualistas. Mas por meio de sua mensagem desafiou o sistema de
classes, apontando o Reino com um Reino de partilha, onde não haviam
privilegiados. Um Reino das crianças, sem grandeza, status, prestígio.
Cabe aqui citar novamente Nolan: #Aqueles que não possam suportar que os
mendigos, ex-prostitutas, empregados, mulheres e crianças sejam tratados
como seus iguais, aqueles que não possam viver sem se sentirem
superiores, ao menos em relação a algumas pessoas, simplesmente não se
sentirão em casa no reino de Deus, tal como Jesus o compreendia. Esses
vão querer se excluir do Reino.# (Albert Nolan)
A mensagem de solidariedade universal de Jesus que chamava Deus de Pai e
os homens de irmãos desafiava todos os grupos exclusivistas. E foi por
não abrir mão dessa mensagem que tramaram a morte de Jesus, que morreu
voluntariamente para que o Reino pudesse vir.
Jesus não fundou uma organização, ele inspirou um movimento. Jesus não
estabeleceu sucessores, mas chamou gente para crer no que Ele cria. A
pergunta que temos que é fazer é: Cremos no Reino de Deus? E se cremos
porque ainda não fizemos nada a respeito?
Ivo Fernandes
http://ivofernandes.blogspot.com
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Testemunho de Patricia

Eis aqui um testemunho autêntico:
Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no
momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dane
minha amiga escrever esta carta que será
endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja
tarde demais:
Eu era uma jovem 'sarada', criada em uma excelente
família de classe média alta Florianópolis. Meu pai é
Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal e procurou
sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e
o que tem e melhor,inclusive liberdade que eu nunca soube
aproveitar.
Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e
manequim para a Agência Kasting e fui até o final do
concurso que selecionou as novas Paquitas
do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um
Book na Agência Elite em São Paulo..
Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a
atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de
'Floripa', Coração de Jesus. Tinha todos os
garotos do colégio aos meus pés.
Nos finais de semana freqüentava shopping, praias, cinema,
curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor a
oferecer às pessoas saradas, física e mentalmente.
Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino
começou a mudar em outubro de 2004. Fui com uma turma de
amigos para a OKTOBERFEST em Blumenau.
Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais
apego. Em Blumenau, achei tudo legal, fizemos um esquenta no
'Bude', famoso barzinho na Rua XV.
À noite fomos ao 'PROEB' e no 'Pavilhão
Galego' tinha um show maneiro da Banda Cavalinho Branco.
Aquela movimentação de gente era trimaneira''.
Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava
escondido da minha mãe o Licor Amarula, mas nunca tinha
ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia e OKTOBER,
tomei o meu primeiro porre de CHOPP.
Que sensação legal curti a noite inteira
'doidona', beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas
amigas colocavam o CHOPP numa mamadeira misturado com
guaraná para enganar os 'meganha', porque menor
não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os
otários' não percebiam.
Lá pelas 4h da manhã, fui levada ao Posto Médico, quase
em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros.. Deram-me umas
injeções de glicose para melhorar. Quando fui
ao apartamento quase 'vomitei as tripas', mas o meu
grito de liberdade estava dado. No dia seguinte aquela dor
de cabeça horrível, um mal estar daqueles como
tensão pré-menstrual. No sábado conhecemos uma galera de
S. Paulo, que alugaram um ap' no mesmo prédio. Nem
imaginava que naquele dia eu estava sendo
apresentada ao meu futuro assassino. Bebi um pouco no
sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5:30 h da
manhã fomos ao 'ap' dos garotos para curtir o
restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso
baseado'Cigarro de Maconha', que me ofereceram.
No começo resisti, mas chamaram a gente de 'Catarina
careta', mexeram com nossos brios e acabamos
experimentando. Fiquei com uma sensação esquisita, de
baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora
experimentei novamente.
O garoto mais velho da turma o 'Marcos', fazia
carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser
cocaína. Ofereceram-me,mas não tive coragem naquele dia.
Retornamos a 'Floripa' mas percebi que alguma coisa
tinha mudado, eu sentia a necessidade de buscar novas
experiências, e não demorou muito para eu novamente
deparar-me com meu assassino 'DRUGS'.
Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando
comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem
perceber, eu já era uma dependente química, a partir do
momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano.
Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com
esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um
monte de porcaria.
Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com
sangue o efeito dela ficava mais forte, e aos poucos não
compartilhávamos a seringa e sim, o sangue que cada
um cedia para diluir o pó.
No início a minha mesada cobria os meus custos com as
malditas, porque a galera repartia e o preço era
acessível. Comecei a comprar a 'branca' a R$ 10,00
o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$
20,00 a boa, e eu precisava no minimo 5 doses diárias.
Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus
'novos amigos'. Às vezes a gente conseguia o
'extasy', dançávamos nos 'Points' a noite
inteira e depois.... farra!
O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais
perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles
não tinham nada a ver com a minha vida...
Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou
trocar por drogas...Aos poucos o dinheiro foi faltando e
para conseguir grana fazia programas com uns velhos que
pagavam bem.
Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para
conseguir dinheiro. Aos poucos toda a minha
família foi se desestruturando.
Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação.
Meus pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para
tentar reverter o quadro.
Quando eu saía da Clínica agüentava alguns dias, mas
logo estava me picando novamente. Abandonei tudo: escola,
bons amigos e família.
Em dezembro de 2007 a minha sentença de morte foi
decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS,
não sei se me picando, ou através de relações sexuais
muitas vezes sem camisinha.
Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os
homens pagavam mais para transar sem camisinha.
Aos poucos os meus valores, que só agora reconheço,
foram acabando, família,amigos,pais, religião, Deus, até
Deus, tudo me parecia ridículo.
Meu pai e minha mãe fizeram tudo, por isso nunca vou
deixar de amá-los.
Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu a
joguei pelo ralo. Estou internada, com 24 kg, horrível,
não quero receber visitas porque não podem me ver assim,
não sei até quando sobrevivo, mas do fundo do coração
peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca...
Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas
percebo que é tarde demais pra mim.
OBS.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital
Universitário de Florianópolis e a enfermeira Danelise,
que cuidava de Patrícia, veio a comunicar que Patrícia
veio a falecer 14 horas mais tarde depois que escreveram
essa carta, de parada cardíaca respiratória em
conseqüência da AIDS.
Por favor, repassem esta carta. Este era o último desejo
de Patrícia.
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Trabalhadores da vinha

Em Mateus 20, na parábola dos trabalhadores da última hora, há uma
questão de natureza essencial acerca da natureza humana quando exposta
ao amor de Deus.
"Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?" - é a questão do "dono da
vinha" - figura de Deus - aos trabalhadores da "primeira hora" - que
aparecem como representação do espírito de "justiça própria".
De fato nós temos três grandes grupos humanos e psicológicos naquela
parábola. Temos no extremo, no pólo da justiça própria, os trabalhadores
"contratados" na primeira hora, que receberam a promessa de que "pelo
esforço" do trabalho feito ganhariam 1 denário cada um. É uma clara
representação da atitude espiritual que deseja receber pelo que produz.
Na realidade essa é a esperança da Lei: receber conforme o contrato da
Lei. Ora, os que assim vivem são movidos por justiça própria. Naqueles
dias, conforme a narrativa dos evangelhos, eram religiosos saduceus e
fariseus, na sua maioria. Esses da primeira hora são sempre um grupo
minoritário, porém radical e fundamentalista.
O segundo grupo humano aparece na figura dos trabalhadores que foram
chamados entre 9 horas da manhã e às 15 horas, na hora nona dos judeus.
Ora, conquanto eles façam parte de três grupos distintos de acordo com a
hora do "chamado" - 9 da manhã, meio-dia, e 3 da tarde -, de fato eles
são um grupo só; e digo isto porque o espírito da parábola os trata do
mesmo modo, ou seja, eles são figura desses encontros humanos com a
Graça de Deus que assumem o chamado de Deus como algo bom e como boa
oportunidade. A mim parece razoável que esse grupo seja feito de muito
mais gente, ou de maior diversidade humana - três turmas fazendo 1 único
grupo -, pelo simples fato que é condizente com a realidade histórica.
Isso porque a maioria da humanidade existe nesse espírito em relação a
Deus. Dizem: "Deus é bom. Deus é importante. Deus é justo. Deus é
confiável. Deus é fundamental. Deus propõe coisas boas. Deus ajuda a
gente. Quem está com Deus está bem!" - esse é o espírito da maioria.
Sim, a maior parte das pessoas experimenta o chamado da Graça sem muita
hesitação e também sem muito excitamento, e tanto não vivem para
usufruir o benefício como também não provocam ninguém por dizerem que
crêem, visto que "não cheiram nem fedem". Experimentam a Graça na
mediocridade. Sim, esses são, nos evangelhos, "a multidão do povo".
E há o terceiro grupo, aparentemente também minoritário, e que é
constituído pelos que foram chamados na hora undécima, às 5 da tarde. Os
desse grupo são representados nos evangelhos pelos publicanos,
pecadores, e todos os aflitos e vadios de esperança, mas, sobretudo,
pelos gentios que surpreendem a Jesus com sua fé. Estes são os que se
assumem como "cachorrinhos debaixo da mesa de seus donos", e não "se
acham dignos" de que Jesus entre em suas casas. Estes são encontrados na
praça, ou mesmo tirados de sobre sicômoros, e apenas ouvem um convite
irrecusável, do tipo: "Desce depressa!". Outras vezes arrombam o
descanso de Deus, como fez a mulher siro-fenícia. Esses não discutem o
"chamado", não "teologizam" sobre Deus e correm todos os riscos sem
medo. Entre esses ninguém sabe por que foi chamado. Nem discutem o tema,
pois olham para si mesmos e não vêem nada que justifique o chamado, o
qual, para eles, não foi recebido como proposta de trabalho, nem como
algo em virtude da virtude, mas como salvação da falta de significado
para a existência, ou como dor, ou apenas a mais fascinante surpresa.
Sim, esses não acertaram nada previamente, não perguntaram por condições
de trabalho e nem foram esperando nada além da chance de sair de uma
existência sem significado ou presa às correntes da angústia. Estes
apenas aceitaram o convite como surpresa, pois, eles, não julgavam que
tinham nada a perder. Estes estavam vadios de trabalho, mas eram
operários da esperança e da fé. Para eles, viver não era um risco. O
risco era não viver.
O fato é que o "dono da vinha" manda pagar a cada grupo, a começar pelos
últimos. E esses que trabalharam apenas 1 hora - entre 5 e 6 da tarde -
ganharam 1 denário cada um. E assim foi com todos. Até que chegaram os
da "primeira hora", os do "contrato", os da lei, os da atitude do "irmão
mais velho do filho pródigo". E eles alegam acerca da injustiça feita
contra eles, que trabalharam de sol a sol, e que vieram a receber a
mesma coisa que aqueles que haviam trabalhado apenas 1 hora.
A resposta do "dona da vinha" é simples. Ele diz: "Vocês receberam
conforme o contratado. Vocês não foram injustiçados. Peguem o que
ganharam e podem ir. Ou não me é licito fazer o que eu quero com o que é
meu? E se eu quiser dispor do que é meu, e dar a esses que não
trabalharam como vocês o mesmo que dei a vocês, em que lhes fiz
injustiça? Ou são maus os olhos de vocês em razão de minha Graça?"
A Graça não cria a maldade interior, mas, diante dela, toda maldade é
suscitada. E a razão é que a maldade fica ainda mais perversa quando ela
se traveste de justiça própria.
A leitura do Evangelho nos deixa ver que onde Jesus - a Graça e Verdade
em pleno beijo - passava, tanto se manifestava a bondade e a fé dos
pequeninos e simples de coração para crer como também se manifestava a
maldade da virtude dos seres movidos a justiça própria, posto que a
Graça é tão injusta aos olhos da justiça própria, que é impossível a
alguém tomado pela idéia da auto-virtude conceber que algo tão "injusto
e escandaloso" como a Graça de Deus possa ser justiça.
É estranho, mas é a justiça própria aquilo que mais gera maldade no
coração humano!
Os que andam em justiça própria - que é andar na carne - não podem
agradar a Deus, posto que aquilo que Deus chama de bondade e
misericórdia eles chamam de injustiça e auxílio à perversão.
A justiça própria se escandaliza da maior parte das obras da Graça de
Deus!
É no chão da justiça própria que a inveja também nasce com força
descomunal e com tendência psicológica homicida. Não necessariamente
gera assassinos, mas infalivelmente produz milhões de juízes togados que
são sem misericórdia nas sentenças que proferem.
Digo isto porque toda inveja carrega uma carga homicida, posto que o
invejoso quer o lugar do outro, o que é do outro, ou até ser o outro
-ora, tudo isso implica em que o outro deixe de ser ou que então
mergulhe no vazio: "Raca!"
Quem diz que crê na Graça mas anda conforme a sua justiça própria ou
conforme a fé nos seus próprios processos de "santidade" pessoal e
meritória, não pode estar na Graça, posto que na Graça a única justiça
que decorre como válida diante de Deus é a que procede da fé, e não do
homem e suas virtudes pessoais.
Ora, todo aquele que ao ver Deus ser gracioso e exagerado em Seu amor
para com outro ser humano, ao invés de se alegrar, se ira e discorda de
Deus, e odeia o que recebeu a dádiva e a ele se compara, e julga Deus
injusto por havê-los igualado - este jamais conheceu a Graça de Deus,
posto que a primeira coisa que um ser humano que encontrou Graça, de
fato, descobre, é a sua total condição de desgraçado em-si-mesmo.
"Desventurado homem que sou!" - grita ele. Portanto, ele jamais verá
injustiça na Graça de Deus, pois ele mesmo se considera o maior
beneficiado por tamanha santa injustiça que justifica injustos pela
justiça de um único justo, de tal modo que o injusto se torna justo -
não porque tenha feito qualquer coisa que assim o tornasse justo, mas
apenas porque creu que a justiça do Único justo pode ser a justiça de
nós todos. E ele se alegra que assim seja; do contrário, ele sabe que
estaria perdido. Ele sabe que isso é loucura para a consciência humana
cheia de autojustificação, e sabe que é total escândalo para aqueles que
crêem que são justos em-si-mesmos. Ele mesmo, porém, a ninguém julga,
exceto a si mesmo, pois se julgar a alguém, na mesma hora a si mesmo se
condena.
Assim, somente a Graça limpa o olhar. Mas é também por ela que se fica
conhecendo a mais dissimulada forma de maldade e perversidade, que é
aquela que se faz passar por virtude e justiça própria e que é incapaz
de celebrar a Graça de Deus, pois, para tais pessoas, tudo o mais que
não decorre do mérito próprio é injustiça. E como Deus é o Deus de toda
Graça, e como Graça é, essencialmente, favor imerecido, então, para tais
pessoas - mesmo quando falam acerca da palavra "Graça" -, a Graça de
Deus é injustiça contra elas, posto que só beneficia a quem não merece,
isso porque elas mesmas, lá no fundo, ficaram tão empedradas e
insensíveis que crêem que Deus lhes deve alguma coisa, especialmente no
caso de Ele querer exagerar em Sua bondade para com algum vagabundo da
Terra.
Mas Deus lhes pergunta: "Ou são maus os vossos olhos porque Eu sou Bom?"
Cuidado para que você não odeie Deus, o "dono da vinha", pela Sua
soberania de ser bom para quem desejar e como bem entender, dando a
qualquer um o que é Dele, e não devendo explicações a ninguém por assim
fazer com o que é Dele.
Isso tornaria você um perverso aos olhos de Deus. Salve-se desse
terrível mal. Ame a bondade de Deus.

Caio Fábio

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