31 agosto 2009

Carta de Paulo à Junta de Missões

Amigos, o que vamos ler abaixo nunca aconteceu de fato, até pela impossibilidade
temporal.
Mas, não creio que a realidade seria muito diferente disso.

O apóstolo Paulo escreve uma carta a uma junta de missões de uma
denominação.
vejamos:
"Senhores: sabendo que há carência de missionários na Espanha, gostaria
de candidatar-me ao cargo.
Tenho muitas qualificações que, penso, irão apreciar. Tenho sido
abençoado com o poder na pregação, e tenho tido bastante sucesso como
escritor(estou enviando alguns dos meus textos).
Alguns dizem que sou bom administrador.
Algumas pessoas, contudo, têm alguma coisa contra mim.
Tenho mais de 50 anos de idade. Nunca fiquei muito tempo no mesmo lugar.
Tive que deixar uma cidade porque a obra causou tumulto e distúrbios.
Tenho que admitir que estive na cadeia, três ou quatro vezes, mas não
por más ações.
Minha saúde não é muito boa, e tenho um problema sério nos olhos que às
vezes gera repulsa nas pessoas. Apesar disso, consigo trabalhar bastante.
Tenho exercido a minha profissão para pagar as minhas despesas.
As igrejas em que tenho pregado são pequenas, embora localizadas em várias
cidades grandes.
Eu não tenho tido muito contato com líderes religiosos nas diversas
cidades onde tenho pregado. Para falar a verdade, alguns deles me
levaram às barras do tribunal e me atacaram, fisicamente, até de maneira violenta.
Eu não sou bom para manter arquivos e registros e muitos sabem que
esqueci a quem batizei. Todavia, se os senhores quiserem me aceitar,
esforçar-me-ei ao máximo, mesmo que seja necessário trabalhar para
custear meu sustento."
A graça do Senhor Jesus seja com todos vós.
Paulo
PS: segue, em anexo, o meu currículum.


Acompanhem, atentamente, a resposta da Junta de missões Mundiais:

Ao Reverendo Paulo, Missionário Independente Roma, Itália.
Caro Sr. Paulo,
recebemos, recentemente, o seu currículo, exemplares de seus livros e
o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha.
Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos.
Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso e, Para ser bem claro, estamos
surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como
missionário independente. Soubemos que sofre de uma deficiência visual
que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Nossa Junta requer
que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.
Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor
muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor
provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião
especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos
apoiar esse tipo de atitude. Acha que é adequado para um missionário
trabalhar meio-período em uma atividade secular?
Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à igreja de Filipos,
o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro.
Não entendemos o porquê, já que serviu a tantas igrejas.
É verdade que já esteve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram
que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que também esteve preso em
Roma e em outros lugares.
Não achamos adequado que um missionário da nossa Junta tenha "folha corrida" na polícia.
O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que
virou o mundo de cabeça para baixo". Sensacionalismo é totalmente
desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de
fugir de Damasco escondido em um grande cesto. Estamos admirados em ver
sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem
contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da
cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas.
Alguma vez parou para pensar que, palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes?
Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios".
Em uma de suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho".
As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de uma certa idade.
Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da
Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o Terceiro Céu e
que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que Ele o confortou.
Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas
mais realistas e de mente mais prática. Em toda a parte por onde andou,
o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com
os líderes do seu próprio povo. Se alguém não consegue se relacionar bem
com seu próprio povo, como pode querer servir no exterior?
Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta, ao apanhar lenha, uma
víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu. Isso soa
muito estranho para nós. O senhor admite que enquanto esteve preso em
Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos.
Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o
latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e
com seus planos mirabolantes. Soubemos que teve uma discussão amarga com
um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma
longa parceria. Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.
O senhor escreveu muitas cartas às igrejas onde trabalhou como
pastor. Em uma delas, acusou um dos membros de viver com a mulher de seu
falecido pai, o que fez a igreja ficar muito constrangida e a excluir o
pobre rapaz.
O senhor perde muito tempo falando sobre a segunda vinda de
Cristo. Suas duas cartas à igreja de Tessalônica, são quase totalmente
devotadas a esse tema. Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse
assunto, que consideramos de menor importância.
Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar.
Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia,
Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a
concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços.
Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.
Em um sermão recente, o senhor disse "Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo".
Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado,
no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas.
Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto,
adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço.
Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após
trinta ou quarenta minutos, no máximo. Nossa recomendação aos nossos
missionários é: Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida.
O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura
baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está
sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir
direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a
madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma
mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é
indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.
A Junta prefere enviar somente homens casados aos campos missionários.
Não compreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário
permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial
para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres
solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.
Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom
combate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionário.
Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a
espada, mas a paz. O senhor diz "lutei contra as bestas feras em Éfeso".
Que raios quer dizer com essa expressão?
Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um
homem tão oposto às qualificações desejadas pela nossa Junta de Missões Mundiais.
Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da
prática missionária moderna.
Sinceramente,
A. Q. K. Beçadura
Secretário da Junta de Missões Mundiais.

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