24 dezembro 2010

Permissão para surtar

A FANTÁSTICA PERMISSÃO SOBRENATURAL PARA SURTAR.
A fé que se manifesta pelo surto do sobrenatural, deixa o seu praticante
em um estado de profundo perigo, pois, sob tal camuflagem, não há como
tratá-lo ou ajudá-lo, visto que a pessoa não se enxerga como louca, mas
sim como "elevada" ou "espiritual". É para evitar que a fé se torne
loucura ou viagem de irrealidade, que se diz que Deus deve ser amado
de todo o coração, de toda alma, de toda força e de todo entendimento.
Somente assim a fé é loucura que é a suprema sanidade, pois as emoções,
os sentimentos, as forças do instinto, e o entendimento, quando focados
em Deus, pelo amor grato, é que produzem a fé que é loucura de sanidade.
Muitos cristãos vêm conversar comigo, e percebo como muitos deles estão
completamente surtados, mentalmente perturbados, emocionalmente
fragmentados, psicologicamente paranóicos ou neuróticos; alguns tendo
até manifestações esquizofrênicas e psicóticas, e, todas essas coisas,
são acobertadas pela permissão que a "fé" dá para que toda maluquice
vire piedade. É como o caso da médium que recebe o tal do espírito de um
certo Caio Fábio, um antigo amante dela desde o tempo do Egito antigo, e
que foi seu companheiro também em outras encarnações, durante o tempo em
que ele era um general romano, o qual, hoje, é seu guia, mentor e amor
do além. Pergunta: se tal afirmação não fosse feita em nome de uma fé,
quem poderia ouvi-la sem pensar que se está diante de uma pessoa vivendo
um processo profundamente dissociativo da realidade, e, afundada num
mundo paralelo, o qual a mantém "livre" da necessidade de encontrar
alguém de carne e osso na vida real, ou quem sabe, de se enxergar? No
meio evangélico, a fé pentecostal é um viveiro maravilhoso para o
desenvolvimento de tais disfunções mentais. O tal do "senti no coração"
é desculpa psicoticamente divina para transformar qualquer maluquice em
revelação. O "Deus me revelou" é o maior escudo para fazer de qualquer
surto megalomaníaco ou narcisistico, algo próprio em qualquer ocasião, e
completamente irretocável diante dos fiéis. Assim, mergulhados na
permissão de fé para surtarem, especialmente em catarses públicas, os
freqüentadores de muitos dos cultos cristãos, estão na ante-sala dos
manicômios, visto que a maioria se dissocia da realidade, entra no mundo
da fantasia, do qual muitos não sabem mais voltar ou sair. Paulo diz em
I Coríntios que as "línguas" eram para ser faladas de modo introvertido,
a menos que houvesse quem interpretasse. E não mais do que dois ou três,
sucessivamente, em caso de ser algo publico. No mais, ele diz que
preferia dizer poucas palavras inteligíveis numa reunião pública, do que
falar em milhares de línguas estranhas que não edificavam ninguém. Assim
ele chama o culto para o equilíbrio entre emoção, força da alma,
manifestação da psique mais elevada, e do espírito tomado de consciência
e entendimento. Eu creio em todos os dons espirituais. No entanto, creio
em tais coisas a partir do modo discreto como Jesus as viveu, e também,
através do discernimento carregado de bom senso e equilíbrio que eu vejo
em Paulo, no que tange ao exercício de dons não coletivos, como as
línguas estranhas. O que precisamos saber é que a vivencia do chamado
"sobrenatural", só pode ser sadia, se três discernimentos espirituais
estiverem presentes: 1) Que o amor a Deus tem que ser equilibrado; das
emoções ao entendimento; e também entre a força e paixão. 2) Que nenhuma
manifestação indiscreta do sobrenatural é coisa do Evangelho, pois, em
Jesus, não há "show de sobrenatural". 3) Que uma comunidade só pode
sadiamente exercer pessoal e coletivamente os dons, se o fizer no
espírito da discrição, de ordem, de bom senso e da prevalência da
inteligibilidade sobre a initeligibilidade de qualquer que seja o
sobrenatural que não amplie o entendimento no amor. Essa é uma linha
muito tênue, a que separa o genuinamente sobrenatural, da doença mental
disfarçada de carisma, poder, visões, revelações, ou shows de milagres;
sendo que este último aspecto do sobrenatural, tanto pode ser apenas
filho do narcisismo de seus praticantes, como também pode ser o produto
da má fé e da manipulação. O fato é simples: a fé é simples, e se parece
com a discrição de Jesus!
Caio Fábio
http://caiofabio.net

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