26 outubro 2009

A Biblioteca

Você gostaria de poder visitar uma biblioteca que possui, em seu acervo, uma
?Coletânea de documentos milenares?
Bem, ela Existe e muitas pessoas vão lá todos os dias.
Paraos historiadores, ela possui exemplares
ricos em referências sobre a cultura e a vida dos povos do antigo
Oriente.
Imagine como seria entrar numa biblioteca cujos livros começaram a ser
escritos há mais de 3 mil anos. Nela é possível ler histórias incríveis
que um dia foram registradas em papiros e pergaminhos. Graças a
escritores persistentes, esse acervo não se perdeu no tempo.
Nessa biblioteca você encontra os mais variados
gêneros literários: cânticos, parábolas, sagas, epopéias e novelas. Há
narrativas sobre pessoas oprimidas e marginalizadas, que se rebelaram
contra os poderosos e defenderam aquilo em que acreditavam. E não faltam histórias de reis,
façanhas de guerreiros, descrições de batalhas, detalhes sobre templos
opulentos, cultos, pecados e perdões.
Os livros dessa biblioteca falam de acontecimentos que teriam começado por
volta de 1700 a.C. e se estendido até o primeiro século da era cristã.
Não é à toa que historiadores, arqueólogos e exegetas (pessoas
especializadas em interpretar livros antigos) a consideram não
apenas uma biblioteca, mas um importante tesouro histórico. "Ela
nos dá acesso a praticamente 1800 anos de história de um povo. Além
disso, espelha todo o contexto histórico-cultural do antigo Oriente".
Para quem quer se aventurar nesses corredores, o passo inicial é
entender como e por que essa biblioteca foi montada. Durante muito tempo, os
livros que a compõem circularam de maneira independente, até serem
reunidos num único lugar. O título de cada um desses livros é uma
referência à história que contam ou ao personagem central da narrativa.
Assim, por exemplo, um livro fala da criação do mundo, outro
apresenta a vida de vários monarcas, outro ainda, conta as
dificuldades enfrentadas por uma jovem viúva e sua sogra e etc... Boa parte de
seus autores eram pessoas anônimas, que se encarregaram de colocar no
papel (ou melhor, nos pergaminhos e papiros) essas histórias que
circulavam oralmente.
Quem entra nessa biblioteca percebe que ela é dividida em dois blocos:
Os livros que compõem o primeiro bloco teriam começado a ser redigidos por volta de 1100 anos antes de Cristo,
em hebraico e, mais tarde, em aramaico e grego. Seus autores
relatam neles a vida de um povo, que teria fugido da
escravidão, feito aliança com um Deus único e partido em busca
de uma nova terra. Os do segundo bloco, escritos em grego, tratam da
época em que Jesus viveu e subsequentes.
Esses textos teriam surgido entre os anos 30 e 150, nas
primeiras comunidades cristãs da Ásia Menor, Síria, Grécia e Roma. Em
vários exemplares, é possível saber até mesmo quem os redigiu, poisMuitos
deles levam o nome de seus autores.
A intenção de organizar todo o material num único lugar surgiu por volta
do ano 150, quando foi criada essa biblioteca.
Mas ela não foi a única . Várias outras, em
diferentes lugares do mundo surgiram através dos séculos.
Mas sua estrutura atual só foi definida entre 1545 e
1563, na cidade de Trento.
Não é fácil ler os livros dessa biblioteca com olhos de pesquisador. "Eles tem dados
históricos que se tornam dados de fé, e dados de fé que se tornam dados
históricos. E distinguir uma coisa da outra é complicado".
Com tanto simbolismo, parece difícil selecionar
informações que sejam úteis aos historiadores. E esses livros não
foram escritos com intenção de registrar imparcialmente os
acontecimentos.
Uma outra opção para os historiadores é tentar entender o contexto no
qual os livros foram produzidos, o que inclui investigar as influências
que eles receberam de outras obras. Os textos desses livros dialogam
perfeitamente com grandes tradições literárias dos países vizinhos.
Há livros, por exemplo, que imitam a sabedoria do
antigo Egito. E há outros que espelham nitidamente
algumas legislações da Mesopotâmia."
Quem lê as entrelinhas pode encontrar muitas informações sobre as
sociedades da época.
existem muitas histórias como, por exemplo, aquelas que mencionam o
trabalho no campo fazem referência aos agricultores da Palestina do
século 1, que perderam suas terras para o Império Romano. "A história de um
homem que joga sementes em pedras e espinhos representa a situação de
muitos camponeses que buscavam desesperadamente um lugar para semear e
viver.
Até a censura deixou sua marca em alguns desses livros. O sombrio e fantástico Livro
que fala das coisas vindouras, por exemplo, parece tratar de fatos não tão distantes da
realidade. Ele teria sido escrito no ano 90,
numa ilha mediterrânea. O autor recorreu a uma
linguagem cifrada para evitar retaliações e garantir que o texto
chegasse ao seu destino (algo parecido
aconteceu no Brasil da década de 70, quando músicos faziam canções com
duplo sentido para criticar a ditadura militar). Domiciano, um dos mais
cruéis imperadores, teria sido retratado em um personagem condizente com
seus atos. "Ele queria ser venerado vivo, como um deus. Por isso, é
associado à figura de um animal.
Bem, esta biblioteca é mesmo fascinante!
E agora você deve estar querendo saber:
- Mas onde fica essa biblioteca?
- Olha, ela está aí, bem perto de você. Aliás, neste exato momento,
ela pode estar ao seu lado, guardada na sua estante... A Bíblia.
Não é exagero comparar a Bíblia a uma biblioteca,
já que seu próprio nome, em grego, significa "livros".
Bíblia: A biblioteca de um livro só

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