27 outubro 2011

Apologia da liberdade - III

A igreja evangélica se tornou grande demais para os pobres e pecadores
homens. Na verdade acho que a religião toda se tornou grande demais, pesada
demais e religiosa demais para servir de travesseiro para um ser tão carente
como o homem.
Os padrões comportamentais diante do sagrado se estabeleceram, não porque
era uma imitação do caminhar de Jesus sobre a terra, mas porque
permitiam e permitem o controle dos fieis por uma classe manipuladora, que dita regras,
que nem eles mesmos cumprem.
As atitudes e ações do homem em relação à sua religiosidade se tornaram
atos mais de #desencargo de consciência do que de louvor ao criador. É mais
interessante dormir tranqüilo porque agiu conforme os padrões normativos da
instituição e da "moral" dos membros do clube, e por isso os "irmãos" não
vão condená-lo, do que viver uma espiritualidade que o torne mais humano,
mais parecido com Jesus.
A ironia da religião é que, enquanto Jesus se faz homem e passa a viver
entre nós como homem, e sente nossas angustias e chora com o poder do mal
que nos assolou em Adão, o homem quer se distanciar dele mesmo e viver como
se fosse um deus, ignorando sua realidade.
A religião devia criar homens mais humanos para viver entre eles até a
volta do Senhor e não criar seres especiais e intocáveis, feiticeiros da fé.
Estou completamente convencido de que o cristianismo não é a religião de
Jesus e se Ele quis que sua mensagem fosse levada a todo o mundo até que ele
venha, era para ela ser revelada através do amor ao próximo e não em
palavras teologicamente ensinadas, em frases de efeito, em formas de se
vestir, em comportamentos estranhos, em línguas estranhas, em profecias
bizarras, em decretamento de poder, em barganhas de dízimos e ofertas, em
ritos, em jejuns e espetáculos e eventos de poder e milagres.
E só é possível encher-se do amor verdadeiro de Jesus e distribuí-lo ao
mundo se o discípulo tiver LIBERDADE de agir, de ser quem é, um pobre
pecador carente da salvação que foi dada por Jesus de GRAÇA por um ato
INCONDICIONAL de amor.
Liberdade para ser um humano sem máscaras, sem medo de ser feliz, para que
o mundo conheça quem são os verdadeiros discípulos de Jesus, seres que são
humanos e resolvidos o suficiente para poder receber nos templos as
prostitutas, os mendigos, os gays, os negros, os pobres, deixando-os
caminhar sem serem metralhados com as ameaças poderosas e comuns da retórica
evangélica, como se fosse possível obrigar alguém a crer no evangelho, que
não seja por amor.
Só pra encerrar, em vinte anos de igreja institucional eu nunca vi alguém,
dos que citei, ser recebido no templo com a mesma euforia e pompa que se
recebe um rico, um possível #dizimista, ou alguém arrumado e cheiroso.
Soli Deo Gloria

Olavo Saldanha
http://olavosaldanha.wordpress.com/
<http://digitalware.com.br/graca/>
http://caminhodagraca-natal.blogspot.com

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