Há muitos anos atrás conheci o remédio para a farsa da religiosidade que eu
seguia; Jesus. A liberdade de não carregar mais fardos, normas, regras, etc.
Encheu-me de alegria e esperança. A vida por trás das cortinas de ferro da
religião realmente era maravilhosa. De repente eu me descobri um passarinho
pelos campos. E vi que, como a mim, Jesus soltava milhares de passarinhos das
gaiolas todos os dias.
No entanto, a alegria de conhecer a liberdade dada por Jesus era, e continua
sendo, imediatamente saqueada por um bando de mensageiros do inferno que,
literalmente, chegam aos ouvidos do passarinho e dizem:
- Essa liberdade é só uma degustação. Em poucos dias você vai ter ojeriza de
tudo em sua volta.
E é com uma cartilha perversa, didaticamente preparada para as escolas
dominicais e esplanada com uma paixão exasperada nos púlpitos, e ainda,
substancialmente sistematizada nos milhares de livros publicados, que eles
fazem com que o passarinho volte para a gaiola.
Todas as amizades de antes são trocadas por "gente limpa", "gente lavada",
que não se mistura. Surgem "novos irmãos" que olham sua geladeira,
verificam a procedência dos seus cd´s, dos seus livros. E outra infinidade de
bizarrices que não vale dizer.
O conhecimento do evangelho que poderia ser uma escola de amor, de
humanidade, de generosidade, de compaixão. Transformou-se num reduto de
chantagistas, de vigaristas, de machistas, de normas, de regras, de doenças
psicológicas, de enriquecimento ilícito... Isso tem de ser denunciado.
Aquilo que Jesus não quis, isto é, poder, instituição, burocratas,
barganhas, etc. É o alimento desses desfiguradores do evangelho.
E, em determinado momento, me fizeram crer que o catolicismo era uma praga,
o anticristo, a prostituta... Hoje vejo que esses termos são universais e
devem ser empregados para todos aqueles que aprisionam ou matam os
passarinhos, e os deixam a olhar confusos e tristes para Jesus.
Soli Deo Gloria
Olavo Saldanha
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