25 março 2010

Devo dar o dízimo na igreja?

Como a prática do dízimo entrou na Igreja
Cipriano, que viveu entre 200-258 d.C., foi a primeira pessoa a
defender o sustento do clero. Até então, a igreja não tinha o que
chamamos hoje de ministro de tempo integral.
Cipriano estava se valendo do princípio dos levitas do VT, que não
receberam terras para cultivar, por isso não teriam como se manter. Deus
ordenou que o restante de Israel sustentasse os levitas, usando os
dízimos para isto (veremos que o dízimo tinha outras finalidades além
desta). No entanto ele foi uma voz rouca em seu tempo, não tendo
encontrado apoio para tal. Porém, uns 100 anos após, alguns líderes
importantes começaram a concordar com Cipriano: deve-se dar dízimo para
sustentar o clero.
Ao longo de toda a idade média este modelo dizimal foi ganhando a
simpatia não somente da Igreja mas de toda a Europa. Carlos Magno[4]
instituiu legalmente 10% como imposto em seu reinado.
Assim sendo, você terá de concordar que a prática do dízimo pela Igreja
não vem de uma ordenança neo-testamentária, mas de uma prática, de uma
tradição. Cipriano teve boa intenção, no entanto, se tornou um fardo,
quando imposta e psicologicamente manipulada por muitos hoje em dia.
Eu creio que nem todos que ainda defendem o dízimo como uma ordenança
para a Igreja o fazem por ganância ou sentimento pecaminoso. Estão
sendo sinceros; sinceramente enganados é verdade, mas estão errados. Em
minha igreja eu falo de dízimo. Afinal, ele é um excelente modelo para
nós. Um modelo, não uma ordenança.
O que diz o Velho Testamento sobre o dízimo
O dízimo antes da Lei
Em duas ocasiões vemos referência ao dízimo no VT: Gn 14.20; 28.22. No
primeiro caso foi Abraão que deu a Melquisedeque o dízimo. Mas qual
dízimo? Dos despojos da guerra contra Quedorlaomer (conforme Hb 7.4).
Abraão não continuou pagando o dízimo nem mesmo se diz que deu 10% de
toda sua riqueza.
No segundo caso, se diz de Jacó que prometeu dar o dízimo de tudo
quanto conquistasse. Não se diz que Jacó se tornaria um dizimista, mas
daria o dízimo de tudo o que conseguisse quando retornasse para a sua
casa. Ao que parece, como Abraão deu, provavelmente, uma única vez,
Jacó talvez pensasse em fazer assim. Desta forma, o dízimo deles foi
mais uma manifestação de gratidão ou mesmo de culto do que de uma forma
de sustento (da obra do Senhor).
A lei do dízimo
A primeira ocasião em que Deus deu leis sobre o dízimo foi logo após a
saída do Egito e uma segunda pouco antes da entrada em Canaã. Temos ai
um intervalo de 40 anos com uma mudança de circunstâncias bem grande. Os
livros de Levíticos e Números até o capítulo 19 relatam fatos de logo
após a saída e o Deuteronômio de pouco antes da entrada na terra.
Também todas as dízimas, tanto do grão do campo como do fruto da terra,
são do SENHOR: santas são ao SENHOR. Se alguém de seus dízimos quiser
resgatar alguma cousa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No
tocante as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da
vara do pastor, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se investigará se é
bom ou mal, nem o trocará: mas se de algum modo o trocar, um e outro
serão santos; não serão resgatados. São estes os mandamentos que o
SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no Monte Sinai (Lv
27,30-34).
Estamos ainda no Monte Sinai, aproximadamente três meses após a saída
do Egito. Deus dá as primeiras palavras sobre o dízimo. Este se dividia
em dízimos de animais e de hortifrutes. A ordem pode ser mais
esclarecida assim:
Vocês devem entregar o dízimo de tudo o que cultivarem e pastorearem.
Dos alimentos e do fruto das árvores, até podem ficar com eles, dando
em lugar destes, a quantia em dinheiro (naquela época a prata)
acrescida de 20% (um quinto). Exemplificando: se o dízimo for 1 quilo
de maçãs e vocês quiserem ficar com elas, podem, mas devem dar no lugar
o valor de mercado mais 20%. Ou seja, se o valor de mercado de 1 quilo
de maçãs for 1 real, devem dar aos levitas R$ 1,20 como dízimo.
Agora, se for gado (ou animal) não poderá ficar com ele e agir como
descrito acima. Vocês o darão se for um bom animal ou um animal doente.
Mas se quiserem me louvar e dar um não doente, terão que dar os dois.
Vocês farão um curral onde só passe um animal por vez. A cada dez
animais que passarem pelo curral, o décimo vocês marcarão com a vara de
pastor e este aí será santo ao SENHOR, não importando o estado dele.
A narrativa de Números já traz algumas pequenas diferenças ou mesmo um
aperfeiçoamento de Deus quanto ao assunto. Aqui, Nm 18,21-32, são dadas
instruções aproximadamente 2 anos após a saída do Egito. Vejamos o
Texto:
Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo
serviço que prestam, serviço na tenda da congregação. E nunca mais os
filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para não levarem
sobre si o pecado e morram. Mas os levitas farão o serviço da tenda da
congregação, e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este
para todas as vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio
dos filhos de Israel. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que
apresentam ao Senhor em ofertas, dei-os por herança aos levitas;
porquanto eu lhes disse: no meio dos filhos de Israel nenhuma herança
terão. Disse o Senhor a Moisés: Também falarás aos levitas, e lhes
dirás: Quando receberdes o dízimos da parte dos filhos de Israel que
vos dei por herança, deles, apresentareis uma oferta ao Senhor; Os
dízimos dos dízimos. Atribuir-se-vos-a a vossa oferta, como se fosse
grão da eira e plenitude do lagar. Assim também apresentareis ao Senhor
uma oferta de todos dos vossos dízimos, que receberdes dos filhos de
Israel e deles dareis a oferta do Senhor a Arão, o sacerdote. De todas
as vossas dádivas apresentareis toda oferta do Senhor, do melhor delas,
a parte que lhe é sagrada. Portanto lhes dirás: quando oferecerdes o
melhor que há nos dízimos, o restante destes como se fosse produto da
eira e produto do lagar, se contará aos levitas. Comê-lo-eis em todo
lugar, vós e a vossa casa, porque é vossa recompensa pelo serviço na
tenda da congregação.
Deus separou a tribo de Levi para cuidar dos assuntos relacionados ao
Tabernáculo (e posteriormente ao Templo). Dentre todos os membros da
tribo, que era formada por várias famílias, Deus separou a família de
Arão para exercer o sacerdócio. Provavelmente nesta ocasião de Nm 18,
já havia algumas dificuldades de logística e liderança. Quem iria
receber o dízimo e os repartir entre os demais? Deus então diz que o
povo daria o dízimo aos levitas e estes por sua vez, separariam 10%
daquilo que recebiam do povo e dariam aos sacerdotes. Veja: Deus havia
dito que o dízimo era dele, mas que ele o estavam dando aos Levitas. De
outra forma, Deus devolve ao homem o que o homem dá.
O livro de Deuteronômio foi escrito no 40º ano após a saída do Egito. O
povo deixaria a vida nômade para agora fixar residência e se
espalhariam por um raio de algo em torno de 100.000 km2. O Tabernáculo
estaria fixo em uma cidade. Os levitas habitariam em várias cidades
longe do Tabernáculo (Dt 18.6). Todas estas novas circunstâncias
trariam dificuldades na entrega dos dízimos. Deus também pensou nos
problemas das viúvas, órfãos, pobres e estrangeiros. O que ele fez?
Estendeu a lei do dízimo de modo que este se tornasse um meio de
assistência social. A partir de agora, não apenas os Levitas teriam
direito aos dízimos, mas os necessitados tambem.
No Velho Testamento o Senhor também transformou a ação de dizimar em
uma maneira de cultuá-lo e não apenas honrá-lo. Era costume na
sociedade pré-abraâmica honrar os reis com dízimos (por isso ele o deu
a Melquisedeque) e, como diz J.Davis,
Várias nações da antiguidade separavam para os deuses, certa proporção
dos produtos de indústrias ou dos despojos da guerra. Os lídios
ofereciam a décima parte das presas (Heród. 1.89). Os fenícios e os
cartagineses enviavam anualmente a Hércules, a décima parte de suas
rendas. Estes dízimos eram regulares ou ocasionais, voluntários ou
ordenados por lei. Os egípcios deviam contribuir com a quinta parte das
colheitas para Faraó (Gn 47.24).[5]
A Igreja hoje em dia cultua a Deus em duas etapas diferentes: cânticos
e sermões, mas de acordo com Deuteronômio, a entrega dos dízimos era um
culto em si mesma. Em Dt 12.6-7 lemos:
A este lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos
sacrifícios e os vossos dízimos, e a oferta de vossas mãos, e as
ofertas votivas, e as ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas
vacas e das vossas ovelhas. Lá comereis perante o Senhor vosso Deus,
vos alegrareis em tudo que puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas,
no que vos tiver abençoado o Senhor vosso Deus.
Em Dt 14.22-29:
Certamente darás os dízimos de todo fruto das tuas sementes, que ano
após ano se recolhem do campo. E perante ao Senhor teu Deus, no lugar
que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do
teu cereal, do teu vinho e do teu azeite, e os primogênitos das tuas
vacas e das tuas ovelhas: para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus
todos os dias. Quando o caminho te for comprido demais que não os
possa, levar por estar longe de ti o lugar que o Senhor teu Deus
escolher para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver
abençoado, então vende-os, e leva o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar
que o Senhor teu Deus escolher. Esse dinheiro dá-lo-ás por tudo o que
deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou
qualquer cousa que te pedir tua alma; come-o ali perante o Senhor teu
Deus e te alegrarás, tu e a tua casa, porém não desampararás ao levita
que está dentro da tua cidade: pois não tem parte nem herança contigo.
Ao fim de cada três anos tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro
ano e os recolherás na tua cidade. Então virá o levita (pois não tem
parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva, que estão
dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o Senhor teu
Deus te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem.
Deus passa a orientar agora o seguinte: as colheitas, como eram anuais,
deveriam ser colhidas e retirada a sua décima parte, junto com a dos
animais e transportados até o lugar onde o tabernáculo estaria. Caso a
distância fosse longa, os produtos das colheitas poderiam ser vendidos
e se comprava, na cidade do tabernáculo, o que a pessoa desejasse.
Fazia-se então uma grande festa e um grande culto, onde o ofertante e
dizimista poderia participar comendo do seu dízimo.
Uma ordem nova é dada no verso 28. A cada três anos os dízimos do fruto
da terra deveriam ser armazenados em casa e usados como socorro a
algumas pessoas (v.29). Há três possibilidades aqui: poderia ser um
segundo dízimo, parte dos dízimos de todo o terceiro ano ou ainda todo
o dízimo do terceiro (veja também Dt. 26.12-13).
Malaquias 3.7-12
Malaquias 3.7-12 é sem dúvida o texto áureo dos que defendem a
manutenção da lei do dízimo para a Igreja. A versão da Bíblia na
Linguagem de Hoje diz:
Vocês são como os seus antepassados: abandonam as minhas leis e não as
cumprem. Voltem para mim, e eu voltarei para vocês. Mas vocês
perguntaram: Como é que vamos voltar? Eu pergunto: será que alguém pode
roubar a Deus? Mas vocês têm roubado e ainda me perguntam: Como é que
estamos te roubando e ainda me perguntam: Vocês me roubam nos dízimos e
nas ofertas. Todos vocês estão me roubando, por isto eu amaldiçôo a
nação toda. Eu, o Todo-Poderoso, ordeno que tragam todos os seus
dízimos aos depósitos do Templo, para que haja bastante comida na minha
casa. Ponham-me à porta e verão que eu abrirei as janelas do céu e
farei cair sobre vocês as mais ricas bênçãos. Não deixarei que os
gafanhotos os destruam as suas plantações, e as suas parreiras darão
muitas uvas. Todos os povos dirão que vocês são felizes, pois vocês
vivem numa terra boa e rica. Eu, o Todo-Poderoso, falei.
O livro de Malaquias foi escrito por volta de 400 a 450 a.C. Um pouco
antes, em 538 a.C. é baixado o decreto para o retorno do povo de Israel
que estava cativo em Babilônia. Com Zorobabel retornam aproximadamente
50 mil homens, que não eram dos mais ricos. Estes 50 mil dão início a
reconstrução do templo, que só fica pronto em 516 a.C.. Em 457 a.C.
Esdras vem a Israel com mais outros 1400 homens e começa um
reavivamento religioso, porque a mais ou menos 100 anos a religião
judaica deixara de ser praticada. É neste contexto que entra o profeta
Malaquias, porque o povo desaprendeu servir a Deus. Vários pecados são
apontados por este profeta. Juntando-se o pecado com a pobreza, o povo
passou a ser infiel nos dízimos e ofertas.
A idéia de Malaquias 3.11 é a de que Deus sustentaria o seu povo mesmo
nas adversidades. Era comum praga de gafanhotos que destruíam as
plantações e tanto os fiéis como infiéis estavam sujeitos aos prejuízos
causados por eles. Deus insta para que permanecessem fiéis nos dízimos
e ofertas pois era isto que sustentava os levitas, órfãos, viúvas e
pobres. Sim, o dízimo não era só para o levita, conforme já vimos.
Prometeu Deus impedir que pragas destruíssem a próxima colheita, ao
contrário do que interpretam alguns, que mandaria a praga se o povo não
dizimasse.
O dízimo no Novo Testamento
O NT fala sobre dízimo em três ocasiões: No encontro de Jesus com uns
fariseus (Mt 23.23; Lc 11.42), no relato do fariseu e o publicano (Lc
18.12) e em Hebreus 7, falando sobre o sacerdócio de Cristo.
Em nenhuma destas passagens há a possibilidade de interpretação como um
mandamento ou ordenança para a igreja dizimar. Em Mt 23.23 Jesus
condena o ato hipócrita dos fariseus sendo legalistas quanto ao dízimo
deixando de praticar preceitos mais importantes. Jesus diz: "devíeis
fazer estas coisas (misericórdia e fé) sem omitir aquelas (dizimar)".
Entrementes, é óbvio que ele falava para os fariseus, não para a
Igreja. Além disso, a era da graça ainda não se tinha iniciado. Estavam
no período da lei.
Em Lucas 18.12 o texto não pode nem ser considerado como apologia ao
dízimo, pois o fariseu, hipócrita e orgulhoso se gaba de ser dizimista,
enquanto o publicano se acha um grande pecador.
Já Hebreus 7 está falando do sacerdócio de Cristo, superior ao de
Melquisedeque. Também aqui não e uma defesa da necessidade de a Igreja
ser ordenada à mesma prática. No verso 8 lemos: "e aqui certamente
recebem dízimos homens que morrem; ali, porém, os recebe aquele de quem
se testifica que vive". É uma comparação entre os dias do autor de
Hebreus com os dias em que viveu Abraão. Nos dias de Abraão, este deu o
dízimo a alguém que tipifica Cristo.
Quem recebia os dízimos eram os sacerdotes, e assim abençoavam o povo.
Se Melquisedeque tipifica Jesus, e se Melquisedeque era sacerdote muito
mais Jesus é o nosso sacerdote. Deste modo a ênfase do texto está em
provar o sacerdócio de Jesus, não o dízimo.
Levando em conta que Hebreus fora escrito para os hebreus (óbvio, como
o próprio nome do livro) não necessitaria o autor provar a continuidade
do dízimo pois os fariseus faziam isto. O que eles não aceitavam não
era não darem o dízimo (vide Mt 23.23; Lc 18.12). O que eles não
entendiam era o sacerdócio de Jesus. Assim sendo, Hebreu 7 não pode ser
usado como apologia dizimatória.
A Contribuição no Novo Testamento
Não há necessidade de falar muito aqui. Bastaria recomendar a leitura
de Mc 12.42 em comparação com II Coríntios 8 e 9. Com a forma de
doutrina, Paulo fala três verdades acerca da contribuição para a Igreja:
a) Voluntária (8.3) - A espontaneidade da contribuição deve nortear
nossas ofertas. Não devemos coagir nem nos deixar ser coagidos por
ninguém.
b) Segundo as posses de cada um (8.3) - Apesar de neste mesmo verso
Paulo reconhecer que ainda poderiam ter sido acima das posses, o texto
deixa claro que é justo que cada um contribua de acordo com o que tem,
ficando livre o contribuinte para estipular percentuais.
c) Lei da semeadura: quem planta mais, colhe mais - (9.9.6-15) Paulo
usa a lei da semeadura para revelar uma verdade espiritual. Assim como
quem planta um pé de milho colhe 6 espigas (dependendo da qualidade da
semente) quem plantar 10 pés colherá sessenta espigas, quem contribui
com mais, receberá do Senhor mais.
Antes de terminar, para quem se animou com a lei da semeadura, deixe-me
falar algo sobre prosperidade. Certamente você já ouviu a frase "Sou
filho do rei". Isto é um fato, mas daí dizer que como "filho do rei"
tenho de ter do bom e do melhor aos olhos do mundo e da sociedade
corrupta, capitalista e consumista é um equívoco de 180 graus.
Jesus, o verdadeiro Filho do Rei, não nasceu em berço de ouro. Aliás,
nem berço ele teve, nasceu em meio às vacas e bois e foi envolto em
panos (Lc 2.1-7) e não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20). A bíblia
está cheia de mensagens que falam que a riqueza material é perigosa, Mt
6.19-21; Ec 5.10; 1Tm 6.10; Tg 5.1-6; Mt 19.21. Gostaria que você
meditasse nestas passagens. Esta última é interessante e eu quero
trabalhá-la aqui.
Uma pessoa aproxima-se de Cristo, querendo saber como ser salva. Jesus
testa sua fé, sua religiosidade, sua sinceridade e percebe que ele é um
bom crente. O único problema é que, por ter conseguido prosperar muito,
acabou adquirindo um amor pernicioso pelo dinheiro.
Infelizmente, são poucos os que conseguem não se deixar apaixonar pelo
dinheiro. Não há pecado em ser rico mas é preciso muito cuidado na
importância que se dá à riqueza.
Jesus neste encontro disse: "É mais fácil passar um camelo pelo fundo
da agulha do que entrar um rico no reino de Deus". Nesta expressão
proverbial Jesus não diz ser impossível a um rico ser salvo (v. 26) e
sim que, uma vez que tal pessoa raramente percebe suas necessidades
pessoais com a mesma facilidade de um pobre, sua salvação é mais
difícil "(Nota rodapé da Bíblia Anotada â€" Ed. M. Cristão).
A riqueza material é um "acidente de percurso". O alvo de Deus é a
nossa alma e não levará para o céu o carro do ano, o celular, a mansão,
etc. É muito comum ligarmos a TV e vermos um testemunho de alguém
dizendo que antes era pobre endividado e agora é rico e tornou-se um
microempresário.
Quanto a isto duas coisas têm que ser ditas: (a) eles só mostram os que
se deram bem, que realmente prosperam. Infelizmente tenho tomado
conhecimento de que muitos não apenas não se enriqueceram, como
venderam casas, carros, na esperança de ganhar outros melhores e
ficaram sem nada.
(b) o fato de alguns prosperarem se dá, também por fatores humanos.
A economia de nosso país tem ido relativamente bem e muitas pessoas estão melhorando de vida.
Peçamos graça e sabedoria a Deus para servi-lo com equilíbrio e verdade e assim verdadeiramente
prosperaremos de acordo com sua palavra e não com os padrões mundanos.
Tg 42-3 - Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis
alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não
pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em
vossos deleites.
Mt 6.19-21 - Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a
ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai
para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem,
e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu
tesouro, aí estará também o teu coração.
Ec 5.10 - Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama
a riqueza se fartará do ganho; também isso é vaidade.
1Tm 6.10 - Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram.
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1 comentários:

Anônimo disse...

tenho um ministerio e estamos precissando de recursos para investir no ministerio .creio que hoje o ministerio e muito usado por Deus minha duvida e dar o dizimo na igreja ou no ministerio ja que estamos fazendo a obra?

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