13 julho 2011

Simbiose

Sempre me senti constrangido com as fórmulas elaboradas para fazer com que o
homem chegasse ao conhecimento de Deus e a um relacionamento com Ele.
Sempre me senti constrangido com a quantidade de simpósios, congressos,
encontros, conferências etc. para ensinar tais fórmulas e técnicas
apologéticas de conversação e de persuasão, daqueles que se acham detentores
do conhecimento divino para com o portador do infortúnio de não saber nada
sobre Deus.
É bonito ver o homem buscar conhecimento, e de Deus, melhor ainda. Isso é o
que distingue o homem como um ser de "*sentidos que se tornam inteligíveis*",
como pensa, por exemplo, o *aristotelismo-tomista*.
A ciência é a que mais desfruta deste atributo, da busca do conhecimento,
sem interferências, ainda que ela o faça com o pressuposto do não-controle
de Deus sobre tudo. A ciência o faz da perspectiva da compreensão das coisas
pelo homem para a manutenção da sua própria existência e compreensão. Ela às
vezes pincela uma conjectura sobre Deus, mas tem consciência de que não é a
sua prerrogativa essa busca sobrenatural. Ela busca a racionalização da
irracionalidade.
A religião o faz por ser sua prerrogativa.
Quando a religião passa a ser o cristianismo, então ela tem que levar em
consideração que, para o cristianismo, foi estabelecida uma pedra
fundamental para sua construção.
E só a partir desta pedra é que se pode prover o homem de entendimento de
Deus. A pedra em questão é Jesus. Sem Jesus não existiria o cristianismo.
Aqui trago o pensamento para dentro do nosso território, a fé cristã.
O que Jesus fez foi o contrário do que o faz o homem. Ele não só simplificou
o relacionamento Deus/homem, mas também a compreensão de Deus pelo homem. E
tornou-se humano para simplificar também o homem como ser e os
relacionamentos entre os próprios homens.
Portanto, ele escancarou as portas da sua casa para todos. Não é um
privilégio religioso desfrutar deste fenômeno, é um privilegio da
humanidade.
Portanto, em vez de a religião cristã tentar elaborar técnicas de persuasão
para convencer o homem de quem é Jesus, ela devia fazê-lo ser conhecido da
forma com que Ele o fez; se humanizando, participando da vida das pessoas
comuns, interagindo com o que não crê, convivendo com o que acha-se
necessitado e com o que não tem necessidade alguma.
O cristianismo tem que aprender que qualquer ser é uma partícula da beleza
de Deus. O mais inescrupuloso e impiedoso bandido traz nele a imagem de
Deus. É uma simbiose entre artista e obra. Entre criador e criatura.
É um relacionamento imutável e constante, que surgiu nas entranhas da
cosmogonia. Por isso, o homem é amado a tal ponto que Deus deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna. João 3:16.
Portanto, meu amado cristão, em vez de empreender uma técnica de
comunicação, empreenda um ato de amor, de compreensão, de convívio. Ela,
além de ser mais eficaz, transforma você na verdadeira imagem e semelhança
de Deus.
Não se sinta detentor do copyright da mensagem de Jesus. Ela é de domínio
público. É dos seres "menores" desprovidos de compreensão intelectual do
sagrado. Por isso ela é simples, baseada unicamente no amor em Deus e entre
os seres.
Só para concluir, a carga tributária moral em cima do ser humano é tão
grande que muitos, mas muitos mesmo, vãos para o inferno da vida sem Deus,
convictos e alegres.
Quando a religiosidade vê pessoas pelo mundo, por suas esquinas, nos
subúrbios da vida, nos mais indecentes trajes, no mais indecente palavreado,
na mais indecente alegria, ela pensa que são manifestações de homens
perdidos. Engana-se querido, é a manifestação da impossibilidade deles
transporem o alto muro da moralidade e superficialidade que a religiosidade
construiu entre o eles e Deus.
Soli deo Gloria
Se o texto lhe tocou de alguma forma, presentei-o a um amigo.

Olavo Saldanha
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