11 janeiro 2014

A fórmula

Se Jesus fosse um produto, desses que se vende em supermercados,
lojas de departamento ou e-commerces, Ele seria um desafio para a minha
profissão (publicidade). Seria daqueles produtos que não tem
público-alvo, porque o alvo seria todo ser que respira. Seria para os
que estão fracos e desanimados, mas também os que têm sede e fome de
justiça. Seria quase uma contradição - tão fácil quanto complicada, uma
vez que sua mensagem é simples, mas sua aplicabilidade não é compatível
com a nossa natureza. Mas, sem dúvida, seria um excelente produto, sem
contraindicação, para todas as idades, povos, tribos, raças, línguas e
nações, pois Ele é o que todo o mundo quer (e, como diria aquele rapaz
de Liverpool, é tudo o que precisamos): amor. Muita gente já entendeu a
potencialidade do produto Jesus. E, como uma boa publicidade faz,
estampa-se uma marca no produto para vendê-lo na linguagem que o cliente
vai entender e se sentir impelido a comprar. Veja, digo "cliente" e não
público-alvo desta vez porque, nessa venda, o que importa não é quem
precisa do produto e sim quem pode pagar o seu preço. Guardem as facas,
desta vez não vou falar das teologias da prosperidade, até mesmo porque
você já está cansado de saber sobre elas e, quando leu a última frase,
já fez o comparativo cabível. O problema é que Jesus virou moeda de
troca. Tem até uma coisa que me faz lembrar as metas corporativas que eu
vivia há alguns anos: "Venha como estás, mas se prepare que você terá
que mostrar resultados. " Acho que só não dá PROCON a publicidade religiosa
enganosa porque ninguém quer ouvir um "Deus te pague" no final do
processo. Não que eu não acredite em mudanças, milagres e
transformações, mas é que elas são consequência, não o fim. O modo de
vender Jesus transformou toda a sua essência em um leque de vantagens
que você paga com boa conduta. Mas desde quando e onde está escrito (na
Bíblia, por assim dizer) que Deus faz barganhas? Jesus não veio trazer
conforto, ao contrário Ele disse "VÁ PRA TUDO QUANTO É CANTO para falar
sobre a novidade de vida que eu vim anunciar". Jesus não prometeu uma
vida mais fácil, ao contrário, Ele disse "no mundo vocês terão momentos
ruins, mas animem-se". Jesus não veio trazer sossego, e sim espada, e
ainda convocou pro "pega-prá-capar" todo aquele que entendesse sua
mensagem. A fórmula lógica de Jesus é uma só: ame e as demais coisas
acontecerão. Mas amar, como eu disse, está além das nossas forças. Nossa
natureza é egoísta, mesquinha, orgulhosa. Por isso, o amor que Jesus
pregava não tinha nada a ver com sentimentos. Era pura decisão de estar
disposto a sofrer, crer, esperar e suportar, sem se portar mal, sem
buscar retorno. Difícil aplicar isso num mundo onde tudo o que se quer é
receber algo em troca, onde não se pode estar por baixo. Vender Jesus
como se ele fosse um amuleto ou uma simpatia é mais fácil. Mas, na
verdade, pessoas esperam por uma fórmula mágica que não existe. A lei
que rege o amor nem Newton poderia formular, porque ela definitivamente
não é deste mundo. Quem decide comprar a ideia do amor descobre que ele
vem sem manual, a instalação não é padronizada e, é claro, faz os outros
componentes entrarem em curto quase sempre. E se tentar ensinar outra
pessoa a amar através da sua experiência, criará uma cópia barata, sem
garantia nem validade. Quem disser que "Amar o próximo" é fácil não
entendeu bem como isso funciona. Quanto mais próximo, mais difícil é
amar.
Sendo assim, só me resta, pobre publicitário, te aconselhar:
Experimente Jesus!!! E sinta toda a diferença.

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